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Universidade Federal de Goiás
Raphael Zulianello cágado

Especialistas reavaliam status de conservação de quelônios continentais do Brasil

Em 26/09/24 15:09. Atualizada em 27/09/24 11:29.

Pesquisadores da UFG apresentaram estudos sobre impactos de hidrelétricas em duas espécies de cágados

 

Oficina cágado

Equipe de avaliadores foi composta por pesquisadores e consultores de diversas instituições nacionais e internacionais (Foto: Arquivo Pessoal)

 

Da Redação, com informações de André Regolin

Perda, fragmentação e degradação de habitat, mudanças climáticas, poluição e sobre-exploração estão entre as principais ameaças às 34 espécies de cágados, tartarugas e jabutis continentais nativos do Brasil. A conservação dos quelônios é importante, pois eles desempenham papéis ecológicos essenciais para o funcionamento dos ecossistemas: são biorrevolvedores de solos, dispersores e promotores de germinação de sementes, cicladores de nutrientes, bem como predadores e presas para outras espécies.

Para identificar os principais vetores de ameaça e estimar a chance de desaparecimento das espécies na natureza, a equipe de avaliadores aplicou o consagrado método da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês). O método é padronizado e amplamente adotado mundo afora para permitir a comparação entre espécies e identificação daquelas que são prioritárias para o desenvolvimento de ações de conservação. Para estimar as chances de persistência das espécies na natureza, são avaliadas tendências populacionais e alterações na distribuição geográfica frente a ameaças antrópicas.

De modo geral, os resultados preliminares da avaliação indicam um agravamento na situação dos quelônios brasileiros, corroborando a avaliação global realizada no ano passado. O relatório técnico final contendo os resultados validados por especialistas no método da IUCN será encaminhado para o Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas no início de 2025. As espécies identificadas como ameaçadas de extinção poderão compor a lista vermelha da fauna brasileira, a qual dá embasamento para o desenvolvimento de políticas públicas, das quais destacam-se os Planos de Ação (PANs) e os Planos de Redução de Impactos (PRIMs).

 

Leia também: Expansão de hidrelétricas ameaça cágado em risco de extinção

 

Oficina cágado

Professor André Regolin (ICB/UFG) apresentou dados de pesquisas acerca de impactos de hidrelétricas sobre cágados (Foto: Arquivo Pessoal)

 

Oficina de avaliação

A oficina de avaliação do risco de extinção foi coordenada pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios (RAN/ICMBio), que é sediado em Goiânia, e ocorreu entre 16 e 20 de setembro no Centro de Formação em Conservação da Biodiversidade (ACADEBio), localizado na Floresta Nacional de Ipanema, em Iperó (SP). A equipe de avaliadores foi composta por 20 pesquisadores e consultores de diversas instituições nacionais e internacionais e contou com a colaboração do professor André Luis Regolin e do pós-doutorando Miquéias Ferrão, ambos do Departamento de Ecologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Goiás (UFG).

O professor da UFG, em parceria com analistas do RAN/ICMBio, tem investido esforços de pesquisa nos impactos de hidrelétricas sobre o cágado-rajado (Phrynops williamsi) e o cágado-do-paraíba (Ranacephala hogei), focando nas estimativas de perda de habitat e isolamento entre populações. Além de auxiliar o planejamento de ações de conservação das espécies, os modelos preditivos desenvolvidos pela UFG podem fundamentar a análise de viabilidade ambiental de futuros projetos hidrelétricos.

Miquéias Ferrão, juntamente com analistas e demais bolsistas do RAN, preparou o banco de dados utilizado para embasar a avaliação das espécies. Esse banco de dados se traduz em formato de fichas individuas por espécie, reunindo informações sobre classificação taxonômica, distribuição geográfica, história natural, dados populacionais, uso e ameaças inerentes.

Fonte: ICB

Categorias: Meio ambiente Ciências Naturais ICB