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Projeto leva formação política a movimentos sociais
Equipe vai analisar os resultados e retomar atividades no próximo semestre letivo
Professor da UFG Luis Augusto Vieira durante atividade com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) (Foto: Arquivo Pessoal)
Anna Paulla Soares
Um projeto de extensão da Universidade Federal de Goiás (UFG) promove discussões sobre consciência e luta de classes, com o objetivo de incentivar novos movimentos políticos e fortalecer os já existentes. As atividades do projeto, intitulado "Formação e atualização de lideranças sindicais e populares", foram realizadas entre junho e dezembro de 2024 e contou com a participação de cerca de 150 pessoas ao longo do semestre. A equipe participou da segunda e da terceira etapa da 13ª Escola Diocesana de Agroecologia, na Cidade de Goiás.
De acordo com o coordenador do projeto, Luis Augusto Vieira, professor do curso de Serviço Social da Unidade Acadêmica Especial de Ciências Sociais Aplicadas do Câmpus Goiás da UFG, o projeto-piloto serviu para observar o que seria ou não estimulante aos participantes. O público majoritário foi composto por camponeses da Cidade de Goiás, mas também participaram das atividades pessoas assentadas da reforma agrária e de moradores de cidades próximas.
No início, foram planejados quatro módulos que seriam desenvolvidos de junho a setembro. Entretanto, devido à paralisação das atividades acadêmicas de maio a junho do ano passado, o projeto sofreu um atraso e só pode ser finalizado em dezembro, desenvolvendo apenas três dos módulos previstos.
No primeiro módulo, o grupo abordou questões sobre consciência de classe e pertencimento. No segundo momento, discutiram a organização da sociedade capitalista e a exclusão de grupos sociais diante da abundância de recursos. "No terceiro módulo, o objetivo foi refletir um pouco sobre o nosso papel político, quem somos nós nessa sociedade, colocar o nosso papel enquanto classe na sociedade, tentando fazer esse despertar de consciência daqueles que participaram", explica Luis Augusto.
O professor relata que a iniciativa se deu após sua percepção, por meio de pesquisas e outros estudos, de que havia uma defasagem na formação política, tanto por parte daqueles indivíduos que já estão inseridos em algum movimento social há um tempo significativo, quanto por parte dos que iniciaram recentemente. Para ele, existe uma carência no movimento, que pode ser amenizada por meio de projetos como este.
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Encontro da equipe e participantes na 13ª Escola Diocesana de Agroecologia, na Cidade de Goiás (Foto: Arquivo Pessoal)
Escola Diocesana
A 13ª Escola Diocesana de Agroecologia foi parte crucial para o desenvolvimento do projeto, que participou da segunda e terceira etapas, realizadas, respectivamente, nos dias 5 e 6 de julho e 30 e 31 de agosto de 2024. O evento, realizado na Cidade de Goiás e promovido pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), reuniu participantes de movimentos e federações parceiras, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da Federação dos Trabalhadores Rurais do Estado de Goiás (Fetaeg) e da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf).
O propósito dos debates foi reforçar o processo de formação de novas lideranças e capacitar aquelas que já fazem parte da luta sindical e popular há mais tempo. A equipe contou com oito pessoas, entre professores, estudantes e um coordenador externo, ligado à CPT da Cidade de Goiás, principal parceira do projeto de extensão.
Com a retomada das aulas na UFG a partir do próximo mês de março, o professor e coordenador diz que pretende realizar um balanço com a equipe do projeto piloto, analisar os feitos e repetir a formação política. Desta vez, o docente considera a possibilidade de estender o projeto por um período maior do que apenas um semestre letivo.
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Fonte: Secom UFG
Categorias: Extensão Humanidades Câmpus Goiás Notícia 4