
Parkinson: intestino pode dar pistas para entender a doença
Pesquisa da UFG investiga se o órgão pode ser um ponto de partida para o desenvolvimento da enfermidade
Parkinson afeta entre 8 e 10 milhões de pessoas no mundo; no Brasil, são 200 mil pessoas com a doença (Foto: Tony Winston/Agência Saúde-DF)
Caio Rabelo
Uma pesquisa em andamento no Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (Iptsp/UFG) lança um novo olhar sobre a doença de Parkinson: o intestino pode ser uma das chaves para entender como a enfermidade evolui no organismo. A investigação é conduzida por José Rodrigues do Carmo Neto, sob supervisão do professor Helioswilton Sales de Campos, coordenador do Laboratório de Imunologia de Mucosas e Imunoinformática (Limim).
O projeto analisa como alterações na microbiota intestinal – a chamada disbiose – e a ativação do receptor TREM-1 influenciam a progressão da doença de Parkinson em modelos experimentais. A pesquisa combina análises de bioinformática com experimentos envolvendo animais e o cultivo de células com o objetivo de esclarecer novos mecanismos na relação entre o sistema nervoso entérico e sua relação com a deposição de proteínas como a alfa-sinucleína, fortemente associada à degeneração de neurônios dopaminérgicos característica da enfermidade.
"A ideia é investigar se o intestino pode ser um ponto de partida para o desenvolvimento da doença, e se o TREM-1 está envolvido nesse processo. Isso pode abrir portas para novas estratégias de diagnóstico precoce e até para terapias que retardem a progressão da enfermidade", explica o pesquisador José Rodrigues.
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Ocorrência no mundo
A doença de Parkinson é a segunda condição neurodegenerativa mais comum no mundo, perdendo apenas para o Alzheimer. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 8 e 10 milhões de pessoas vivem com Parkinson no planeta. No Brasil, estima-se que 200 mil indivíduos sejam afetados, de acordo com a Associação Brasil Parkinson (ABP).
A expectativa da equipe da UFG é de que os resultados contribuam não só para o entendimento da fisiopatologia do Parkinson, mas também para a formulação de possíveis estratégias terapêuticas no futuro.
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Fonte: Secom UFG