
Professora da UFG representa o Brasil em encontro sobre proibição de armas químicas
Carolina Horta (FF e Akcit) compartilhou pesquisas sobre uso da IA para descobrir novos fármacos
Professora Carolina Horta (FF e Akcit) no evento da Opaq em Haia, na Holanda (Foto: Arquivo Pessoal)
Arthur Gabriel
A Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) organizou, dos dias 16 a 18 de setembro, um encontro internacional sobre inteligência artificial com o objetivo de compreender como a tecnologia pode impactar a Convenção Mundial sobre Armas Químicas, identificando tanto os riscos quanto as oportunidades para a implementação.
O evento, realizado em Haia, na Holanda, contou com a participação da professora Carolina Horta Andrade, da Faculdade de Farmácia (FF), e pesquisadora do Centro de Competência em Tecnologias Imersivas (Akcit) da Universidade Federal de Goiás (UFG). Ela foi a única cientista brasileira a integrar o grupo de 25 convidados para o encontro.
O grupo foi composto por especialistas em IA e suas aplicações nas ciências químicas. O trabalho de grande parte desses cientistas consiste em pesquisar a maneira como a inteligência artificial pode apoiar a criação de novas substâncias químicas, facilitar a produção e melhorar as formas de identificar e analisar determinados materiais.
"Falei sobre meus trabalhos relacionados à utilização de inteligência artificial para a descoberta de novos fármacos e aplicação toxicológica de substâncias químicas com o intuito de garantir segurança e praticidade em avaliações de cosméticos, produtos agroquímicos e tintas", conta a professora. Carolina desenvolve pesquisas internacionais, com destaque para estudos sobre medicamentos para combater doenças como tuberculose, malária, esquistossomose, leishmaniose, zika e covid-19.
Carolina também apresentou pesquisas na área de realidade virtual olfativa, que traz a simulação do olfato para o ambiente da realidade virtual. "Isso abarca diversas aplicações, como terapias de distúrbios neurodegenerativos", complementa.
Porém, a discussão central, segundo a professora, era a elaboração de um documento para dar as devidas diretrizes para os países membros da organização a respeito da maneira como a inteligência artificial pode ser benéfica ou pode colocar em risco a ordem global a partir da produção de novas armas químicas em toda parte do mundo.
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Grupo de cientistas compartilhou pesquisas em diversas áreas (Foto: Arquivo Pessoal)
Armas químicas
Criada em 1997, a Opaq reúne 193 países signatários da Convenção de Armas Químicas, o que representa praticamente toda a comunidade internacional. A instituição é responsável por eliminar estoques de armas químicas, tarefa que já obteve sucesso em cerca de 99% dos estoques de armas químicas que já foram supervisionados em todo mundo.
Em 2013, a Opaq recebeu o Prêmio Nobel da Paz por "seus amplos esforços para eliminar armas químicas". O Comitê Nobel também elogiou a organização e o tratado que ela aplica por ter tornado o uso de armas químicas em um "tabu sob o direito internacional".
No caso da inteligência artificial, há uma série de preocupações. De um lado, a IA é capaz de promover a descoberta de medicamentos e análises toxicológicas sem o manuseio de substâncias nocivas. Do outro, a mesma tecnologia pode ser usada de forma maliciosa com a geração e síntese de compostos tóxicos. Esse cenário faz com que a Opaq também trace caminhos para que a IA sirva aos interesses científicos, e não à violência.
A professora da UFG comenta ter se sentido muito prestigiada em poder compor um grupo tão seleto de pesquisadores em um evento de grande impacto e relevância. "Me senti honrada por poder levar o nome da UFG numa organização mundial e em meio a tantos pesquisadores de expertises diversas. Fico contente em contribuir e apresentar minhas pesquisas em um evento que possui um peso e significado de importância global".
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Fonte: Secom UFG
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