Com data center inédito no Brasil, UFG será referência em computação de alto desempenho
Novidade foi anunciada no 1º Encontro de Computação Científica de Goiás, realizado pelo LaMCAD
Luiz Felipe Fernandes
O auditório da Agência UFG de Inovação, no Parque Tecnológico Samambaia da Universidade Federal de Goiás (UFG), sediou nesta quarta-feira (3/12) o 1º Encontro de Computação Científica do Estado de Goiás, marco inaugural de uma iniciativa para integrar pesquisadores, gestores e instituições que fazem uso intensivo de computação de alto desempenho.
O evento foi organizado pelo Laboratório de Computação Avançada do Brasil Central — novo nome do Laboratório Multiusuário de Computação de Alto Desempenho, que permanece com a sigla LaMCAD. A mudança de nome foi anunciada na abertura do encontro, quando também foram apresentados os detalhes da implantação de um data center inédito no Brasil, que utilizará três tecnologias de refrigeração e fará da UFG referência na computação científica nacional.
Acesse aqui o álbum de fotos do evento.
Criado em 2018 pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI) e inaugurado em 2020, o LaMCAD já atendeu 61 projetos de pesquisa — 49 ainda vigentes — e mais de 200 usuários de dentro e fora de Goiás. Além de oferecer recursos computacionais que demandam alto poder de processamento, o laboratório produz conhecimento e forma recursos humanos: já são mais de 100 artigos publicados em revistas científicas internacionais e 40 teses e dissertações defendidas.
O coordenador-geral do LaMCAD, Herbert Georg, explicou que o 1º Encontro de Computação Científica do Estado de Goiás materializa um projeto concebido desde a criação do laboratório. O objetivo é fortalecer a rede de pesquisadores, ampliar colaborações e apresentar os resultados do laboratório à comunidade científica.
Com mais de R$ 6 milhões em investimentos do Fundo de Infraestrutura (CT-Infra) da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e de outras instituições, como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), o laboratório prepara uma nova expansão: a construção de um edifício-sede e de um data center avançado, que, segundo Herbert, fará do LaMCAD referência de computação de alto desempenho na região.
O diretor de Transferência e Inovação Tecnológica da PRPI, Marinaldo Divino Ribeiro, ressaltou o papel estratégico do laboratório. "É uma estrutura catalisadora e fornecedora de infraestrutura de desenvolvimento para a inovação tecnológica. Muito mais que referência, [o LaMCAD] é gerador de soluções não somente para o Centro-Oeste, mas para o país, na medida em que tem capacidade de resolver problemas complexos e partir da computação de alto desempenho", afirmou.
A reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, destacou a importância de descentralizar a infraestrutura de computação no país. Para ela, a concentração não atende as demandas da comunidade científica e ainda torna o serviço mais caro. "Isso é um prejuízo para a comunidade científica e não reflete a competência e a capacidade do Brasil de desenvolver a ciência à altura das demandas e dos desafios do país".
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Data center inédito
O evento seguiu com a apresentação de Luiz Casuscelli, CEO da Eviden para as Américas, empresa responsável pela construção do novo data center do LaMCAD. Ele enfatizou o pioneirismo da iniciativa, já que nenhum data center no Brasil possui três tipos de tecnologia de refrigeração como o que a UFG terá. "É uma vitrine para o país", ressaltou.
Na mesma linha, o arquiteto de soluções e gestor de laboratório de pesquisa da Eviden, Genaro Costa, detalhou aspectos técnicos do sistema, que utilizará uma tecnologia Direct Liquid Cooling (DLC) avançada — sistema de refrigeração que resfria diretamente os componentes do supercomputador por meio de líquido, permitindo maior eficiência térmica e menor consumo de energia em comparação ao ar condicionado tradicional.
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Parcerias
Na sequência, o meteorologista do Centro de Excelência em Estudos, Monitoramento e Previsões Ambientais do Cerrado (CEMPA-Cerrado), Angel Chovert, destacou os principais produtos e serviços que dependem de computação intensiva. O CEMPA-Cerrado tem ampliado sua capacidade de previsão, com modelos cada vez mais detalhados e precisos desenvolvidos para Goiás (resolução de 5 quilômetros), Região Metropolitana de Goiânia e Rio Verde — os dois últimos com resolução de 2 quilômetros.
O CEMPA-Cerrado ficará no futuro prédio-sede do LaMCAD. "Uma capacidade computacional robusta permite desenvolver e melhorar produtos que, no final do processo, tenham como resultado previsões úteis", afirmou Angel.
Fechando a programação da manhã, o coordenador de e-Ciência da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Keslley Lima, chamou atenção para o "dilúvio de dados" enfrentado pela pesquisa contemporânea. Pesquisadores enfrentam diversos desafios, como a movimentação de dados massivos por longas distâncias, o compartilhamento de resultados e modelos, e o acesso a repositórios científicos internacionais.
Nesse contexto, a RNP, explicou Keslley, tem a missão de acelerar o processo científico por meio de uma rede de alto desempenho. Para isso, a Rede e-Ciência integra centros de supercomputação, laboratórios e infraestruturas de pesquisa em longa distância, otimizando o fluxo de dados em ambientes de alta demanda computacional.
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Fonte: Secom UFG
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