Clube de Astronomia da UFG registra passagem do "cometa do século"
Corpo celeste pode ser visto até o fim de outubro
Imagem do cometa C/2023 A3 capturada na cidade de Alto Paraíso de Goiás (Foto: Clube de Astronomia Cecilia Payne)
Samanta Nascimento*
O Clube de Astronomia Cecilia Payne, uma iniciativa estudantil do Instituto de Física (IF) da Universidade Federal de Goiás (UFG), capturou imagens do cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) seguindo em direção ao Sol. O registro astronômico ocorreu no dia 29 de setembro, por volta das 5h30.
Os integrantes do Clube utilizaram um telescópio de 150 milímetros e uma câmera fotográfica Nikon D5100 para registrar a imagem do cometa, que estava visível na região leste de Goiás, pouco antes do amanhecer.
O registro é fruto de uma viagem a Alto Paraíso de Goiás, realizada para a prática da astrografia – uma técnica de captura de imagens de corpos celestes, como estrelas, planetas e cometas. Financiada pelas bolsas de Fomento Tecnológico e Extensão Inovadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a viagem teve como objetivo promover a divulgação científica por meio dessas imagens.
Leia também: O eletrizante mundo da Física
Observação do cometa foi comemorada pelos integrantes do Clube de Astronomia (Foto: Clube de Astronomia Cecilia Payne)
"Cometa do século"
O Cometa C/2023 A3, que pôde ser visto a olho nu no Brasil, é chamado de "cometa do século" devido ao seu forte brilho. Ele foi descoberto no ano passado pelo Observatório Chinês de Tsuchinshan, e logo após sua existência foi confirmada pelo sistema ATLAS (Asteroid Terrestrial-Impact Last Alert System).
Apesar de ser considerado um corpo celeste bastante brilhante, o estudante da UFG Guilherme Aguiar, que faz parte do projeto de extensão, afirma ter ficado surpreso com a observação. "Tinha uma expectativa, mas ele estava bem fraquinho em questão de brilho".
Até o fim de outubro, após sua passagem pelo Sol, o cometa ainda poderá ser visto, só que, desta vez, sua aparição será a oeste, logo após o anoitecer. O Clube de Astronomia Cecilia Payne explica que, para observar o evento, o recomendado é procurar lugares afastados das luzes das cidades, para que o céu fique mais escuro, melhorando assim a visualização do corpo celeste.
Leia também: Satélites de estudantes buscam soluções para problemas reais
Além das observações astronômicas, projeto realiza atividades de divulgação científica (Foto: Clube de Astronomia Cecilia Payne)
Clube de Astronomia
Sob a coordenação do professor do IF/UFG, Norton Gomes de Almeida, o Clube de Astronomia Cecilia Payne tem se destacado como um dos principais divulgadores do conhecimento astronômico em Goiás. Ele realiza atividades de campo, visitas a escolas e eventos que buscam descomplicar a astronomia e torná-la acessível a todos.
O nome faz referência a Cecilia Payne-Gaposchkin, uma renomada astrônoma britânico-americana que, em 1925, revolucionou a compreensão da composição das estrelas ao mostrar que o Sol é composto principalmente de hidrogênio, desafiando a crença de que a Terra e o Sol tinham composições semelhantes.
Através de suas atividades, o Clube busca não só ensinar sobre o universo, mas também combater desinformações, promovendo uma alfabetização científica lúdica e envolvente para crianças e adolescentes, despertando o interesse pela astronomia.
* Estagiária do curso de Jornalismo da UFG, orientada pela jornalista Carolina Melo (Secom) e pela professora Mariza Fernandes (FIC).
Fonte: Secom UFG
Categorias: Espaço Ciências Naturais IF Destaque