Esporte Adaptado para Todos convida à experiência diferente
Publicação da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Goiás
ANO VII – Nº 61 – AGOSTO – 2013
Esporte Adaptado para Todos convida à experiência diferente
Nova modalidade do Centro de Práticas Corporais da FEF faz inclusão às avessas: pessoas sem deficiência física aprendem como é a realidade do esporte para pessoas com deficiência física
Texto: Luiza Mylena | Foto: Acervo de Imagens do Projeto Esporte Adaptado para Todos
Basquetebol em cadeira de rodas é uma das atividades do projeto
No primeiro semestre de 2013, o Centro de Práticas Corporais (CPC) começou a oferecer uma modalidade diferente: a prática do esporte adaptado para pessoas que tenham ou não deficiência física. A professora Ana Paula Salles é coordenadora do projeto Esporte Adaptado Para Todos e acompanha as aulas da modalidade junto com cinco monitores. As atividades envolvem a prática de handebol, basquete e rugby em cadeira de rodas.
A prática é aberta para todos os interessados e a equipe organizadora convida em especial as pessoas sem deficiência física para experimentarem o mundo de uma maneira diferente. “O movimento é inverso, os praticantes vão se adaptar à realidade esportiva que foi adaptada”, explica Ana Paula Salles.
A FEF disponibiliza disciplinas na licenciatura e no bacharelado em Educação Física, onde estudantes entram em contato com as modalidades adaptadas. Como extensão, a FEF, desde 2009, possui o projeto Dando Asas, coordenado pela professora Vanessa Dalla Dea, em que alunos com deficiência física recebiam apoio de monitores nas atividades realizadas pelo CPC.
O esporte adaptado às pessoas com deficiências físicas surgiu em meados do século XX e visava ocupar o tempo ocioso dos pacientes em reabilitação internados em hospitais. A partir daí, identificou-se que esta prática trazia benefícios a reabilitação física e também favorecia a integração social dos pacientes. Posteriormente, os professores de educação física tomaram a frente nas atividades adaptadas. Hoje, esportes como o basquete em cadeira de rodas e o voleibol sentado são meios de inclusão social de muitos praticantes profissionais e amadores.
Modalidade promove dupla integração ao unir pessoas com ou sem deficiências
Esporte Adaptado para Todos
Os participantes da modalidade oferecida pelo CPC aprendem, num primeiro momento, como usar a cadeira de rodas especial para o esporte, a maneira de se posicionar e de manuseá-la. As regras também são adaptadas à modalidade, no handebol, por exemplo, a condução de bola é diferente e a largura do gol é menor, mas “as regras tentam se aproximar ao máximo do esporte tradicional”, lembra Ana Paula Salles. Os alunos aprendem como lidar com o movimento da cadeira e da bola, simultaneamente. É necessário agilidade e ritmo para manter os movimentos sincronizados.
A professora lembra ainda que são vários os tipos de esportes adaptados, classificados pelo tipo de deficiência de cada atleta. Porém, o projeto desenvolve somente práticas esportivas em cadeiras de rodas, uma vez que, segundo a professora, chamam mais a atenção das pessoas sem deficiência. Acrescenta ainda que é possível oferecer mais modalidades adaptadas no CPC, desde que haja demanda.
Alessandra Qualto e Jorge André da Fonseca, do 5º período, e Eugênio Lopes, do 3º período, são monitores da modalidade. Eles concordam sobre as expectativas em relação à prática, dizendo que ela é inovadora. Os estudantes das disciplinas voltadas para o esporte adaptado do bacharelado e da licenciatura em Educação Física participam de algumas aulas do projeto de extensão, colocando em prática aquilo que aprendem em sala, além de se divertirem com os jogos.
Eugênio Lopes acha que a participação de pessoas sem deficiência física nos esportes adaptados é uma oportunidade para desconstrução de preconceitos. Jorge da Fonseca achava que o esporte seria monótono pela restrição da mobilidade física, mas viu que a modalidade pode ser tão dinâmica quanto o esporte convencional. Alessandra Qualto soube sobre os esportes adaptados na faculdade e diz que tem sido uma experiência gratificante participar como monitora da modalidade.
Ana Paula Salles acredita que a atividade vai proporcionar uma formação diferente para os monitores, que irão para o mercado de trabalho com uma experiência a mais, preparados para trabalhar com a integração e a inclusão de pessoas com deficiência física com um olhar diferenciado.
Participação da repórter
Eu também fui convidada a participar da atividade! No início, tive receio de não saber manusear a cadeira e achei que seria difícil participar dos jogos com os outros alunos, mas rapidamente peguei o jeito de conciliar o movimento da cadeira e os passes de bola. Logo me acostumei com a cadeira e até me arrisquei a fazer algumas manobras. O que mais me chamou a atenção, entretanto, foi a necessidade de fazer vários movimentos ao mesmo tempo, exigindo até mais esforço do que no esporte convencional.
Estudantes da graduação em Educação Física aproveitam a modalidade para por em prática o que aprendem em sala de aula
Mão na roda
Leila Moraes é participante da modalidade, ela gostou tanto do esporte adaptado que levou o sobrinho Aristótelles para as aulas, eles moram perto do Câmpus Samambaia e ficaram sabendo da nova modalidade pela divulgação feita na FEF. Leila Moraes possui baixa visão e recebe acompanhamento especial dos monitores, mas ela não fica para trás: é habilidosa com a cadeira e com a bola. Ela pretende continuar praticando o esporte adaptado no próximo semestre e trazer o sobrinho quando puder.
Participe também!
Com o objetivo de divulgar mais a atividade para a comunidade acadêmica, a professora e os monitores fizeram, no começo de 2013, o 1º Cadeiraço da UFG. Eles circularam pelo Câmpus Samambaia nas cadeiras utilizadas no esporte divulgando a prática. “O mais interessante era que quando entregávamos os folhetos com informações da prática, nos levantávamos da cadeira de rodas e as pessoas se assustavam”, conta Ana Paula. Segundo ela, a intenção era mostrar como a prática está aberta para qualquer pessoa e não somente àqueles que possuem deficiência física.
Se você ficou interessado em conhecer e praticar o esporte adaptado, basta ir à Faculdade de Educação Física ou se informar pelo site www.fef.ufg.br ou pelo telefone 3521-1085. A prática é gratuita e está aberta para professores, estudantes e servidores da universidade, e também para a comunidade externa.
Fonte: Ascom UFG
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