Esporte nas ondas da Rádio Universitária
Publicação da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Goiás
ANO XI – Nº 70 – Março – 2015
Esporte nas ondas da Rádio Universitária
Programa de transmissões esportivas feito por estudantes está no ar há 14 anos
Texto: Alex Maia | Foto: Caroline Almeida
Integrantes da equipe Doutores da Bola na cabine da Rádio Universitária, no Estádio Serra Dourada, durante transmissão de partida do Campeonato Brasileiro
Há 14 anos, um grupo formado pela então estudante do curso de Jornalismo, Ana Lúcia Jardim, pelo professor da Faculdade de Informação e Comunicação, Nilton Rocha e dois técnicos de áudio da Rádio Universitária, Wilmar Ferraz e Aurelivaldo Ferreira, o Loró, reuniu-se na sala de redação da emissora para discutir sobre o trabalho de conclusão de curso da graduanda, que buscava algo inovador na atividade jornalística. Inspiradas no extinto programa “Acadêmicos do Esporte”, formado por estudantes na UFG, do início dos anos 1990, a estudante idealizou uma transmissão esportiva com apresentador, narrador, comentaristas, repórteres e plantonista. Em setembro do ano 2000, surgia o programa “Doutores da Bola”.
Passaram-se os anos e o programa continua no ar, atualmente, com uma equipe de 13 estudantes. Foram cerca de 920 transmissões realizadas desde sua criação e até hoje, o programa, que no início, se dedicava também a transmissões de campeonatos amadores de futebol de Goiânia, se dedica exclusivamente aos campeonatos profissionais, como os Campeonatos Goiano e Brasileiro das Séries A, B, C e D, além dos amistosos que a Seleção Brasileira realiza.
Das coberturas já realizadas pelo programa, o integrante Willian Rommel guarda com carinho uma em especial. “Tive muitos momentos bons, mas esse ano fizemos uma transmissão de um jogo de futebol entre Anapolina e Rio Branco, time do Acre. Éramos a única rádio de Goiânia a transmitir o jogo”, comentou. Além dessa partida, os integrantes também se orgulham de ter marcado presença no amistoso da Seleção Brasileira contra a Seleção do Panamá que ocorreu em maio deste ano no estádio Serra Dourada. Os estudantes eram uma das poucas equipes de comunicação da capital a transmitir a partida direto do estádio.
Diferencial – As transmissões laboratoriais, exclusivamente esportivas, têm mostrado ao ouvinte uma forma ousada, diferente da encontrada no segmento goiano atual. Neila Siqueira tem o hábito de ouvir futebol pelo rádio e há dois anos acompanha o Doutores da Bola. Segundo ela, a “imparcialidade” difere a transmissão da Rádio Universitária das outras. “O Doutores é neutro, nas outras rádios não é assim. Os meninos analisam o jogo de forma mais branda. Não tem aquela paixão pelo futebol local”.
Com a participação de novos estudantes a cada semestre letivo, o programa promove alternância nas funções da transmissão, da seguinte maneira: quanto maior a experiência do estudante dentro do programa, maior a sua responsabilidade. Os novatos ficam na Rádio Universitária atualizando os ouvintes sobre os jogos da rodada. Assim que conquistam confiança e conhecimentos técnicos, o novo integrante passa a atuar no estádio, com reportagens ou comentários. À medida que vai adquirindo prática nessas funções, ele poderá assumir cargos que exigem maior experiência, como apresentação e narração.
Formação – O laboratório se notabiliza por ser um espaço único de experimentação de novas ideias, o que acaba preenchendo uma lacuna na própria grade do curso de Jornalismo. Hoje, na formação desses estudantes, não há disciplinas de jornalismo especializado na área de esporte. O professor e orientador do projeto, Ricardo Pavan, ressalta como este tipo de atividade é importante no cenário atual. “Nas faculdades do Brasil, o Jornalismo Esportivo ainda é primitivo. Temos poucas disciplinas nas universidades. Por isso, o ‘Doutores da Bola’ é importante”, defendeu.
O programa destaca-se no meio do radiojornalismo pelos resultados alcançados. Ele é visto como um celeiro de talentos e tem abastecido o mercado radiofônico com profissionais mais preparados. A ouvinte Neila Siqueira compara a transmissão do “Doutores da Bola” com transmissões de rádios comerciais: “Eu vejo que o foco do programa é a informação. Quem não acompanha o dia a dia dos clubes não fica perdido quando ouve a transmissão. Tudo que aconteceu durante a semana nos clubes de futebol é abordado durante o jogo”.
O professor Ricardo Pavan resume o que significa o laboratório para a formação dos estudantes: “É algo a mais que temos em relação aos outros cursos. No radiojornalismo, esportivo ou não, o amadorismo não é mais tolerado”. Para Willian Rommel, com o programa os estudantes aprendem sobre o improviso: “É um laboratório que te prepara para o mercado, por meio do treino e da repetição. Todos saem prontos para trabalhar”.
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Fonte: Ascom UFG
Categorias: Doutores da Bola futebol Rádio Universitária