Ciência, Tecnologia e Inovação
Publicação da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Goiás
ANO VII – Nº 64 – NOVEMBRO / DEZEMBRO – 2013
Ciência, Tecnologia e Inovação
A consolidação de grupos de pesquisa foi reforçada pela alta titulação docente e por mais investimentos na melhoria e construção de laboratórios
Texto: Ascom | Fotos: Carlos Siqueira
A produção científica na UFG é destaque, sendo reconhecida nacional e internacionalmente. “Desde meados da década de 1980, a pesquisa vem adquirindo mais vigor e maior abrangência, aumentando gradativamente nas décadas seguintes. Desde 2006, ela se destaca pela consolidação de grupos de pesquisa, com investigações de ponta, reforçada pela alta titulação docente e pela expansão das relações. Pode-se afirmar que interação e maturidade são dois atributos importantes da pesquisa desenvolvida atualmente na instituição”, diz a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Divina das Dores de Paula Cardoso.
No período de 2006 a 2013, mais de R$ 220 milhões foram investidos – em sua maioria pelas financiadoras Finep, CNPq e Capes – em projetos de pesquisa da UFG. A produção científica impacta a própria instituição e a sociedade. Diversas redes e programas de pesquisa são mantidos com a finalidade de promover estudos multidisciplinares, que objetivam a solução de problemas coletivos relacionados à saúde e ao meio ambiente.
A instituição se preocupa também com a transferência de tecnologias e inovação, a fim de contribuir para o desenvolvimento regional. Com a construção do Centro Regional para o Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (CRTI), a instituição deu início ao Parque Tecnológico Samambaia da UFG, centro de alto nível para apoiar a pesquisa goiana, que resultará em desenvolvimento para Goiás e região Centro-Oeste.
Recursos físicos e técnicos são fundamentais para a formação científica
Captação de recursos
No período de 2006 a 2012, houve um significativo investimento na melhoria e construção de laboratórios da UFG. Com essa finalidade, a participação em editais de fomento para projetos institucionais, principalmente junto à Agência Brasileira de Inovação – Finep, por meio das Chamadas Públicas destinadas à melhoria da infraestrutura de pesquisa, resultou na captação de recursos no valor de R$ 45 milhões. Outros R$ 4,5 milhões foram captados da mesma fonte, para a área de inovação tecnológica na UFG, abrangendo, entre outros, o Programa de Incubação de Empresas e a implantação do Parque Tecnológico Samambaia.
UFG promove diversos eventos para a transmissão de conhecimento, como os dias de campo, feiras, simpósios e congressos
Iniciação Científica
A UFG se mantém atenta às oportunidades de inserção da pesquisa na graduação. Assim, a instituição oferece várias modalidades de vínculo, como os Programas Institucionais de Iniciação Científica (Pibic), de Ações Afirmativas (Pibic-AF) e em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti), com bolsas do CNPq, além dos programas correspondentes voluntários (Pivic e Piviti). Uma modalidade inédita de iniciação científica teve início em 2011, o Pibic-EM, voltada aos estudantes do ensino médio. Sob a coordenação da universidade, em 2011 e 2012, 102 estudantes de escolas públicas de Goiânia, Catalão e Jataí foram contemplados com bolsas dessa modalidade.
O trabalho em equipe é uma importante característica do campo atual da pesquisa
Mestrado e Doutorado
Atualmente, a UFG oferece 66 programas de pós-graduação stricto sensu, com 89 cursos de mestrado e de doutorado. Desses, 41 programas de pós-graduação – 62% do total – foram implantados de 2006 a 2013. Nesse período, foram criados 57 cursos, nos níveis de mestrado (38) e doutorado (19). Além dos números, o reconhecimento da qualidade dos cursos também é motivo de orgulho para a instituição. Os programas de pós-graduação em Geografia e Ecologia e Evolução conquistaram o conceito seis na mais recente avaliação da Capes.
Os estudantes de pós-graduação da UFG têm amplas oportunidades de bolsas para o mestrado e para o doutorado. Em 2012, 1.808 estudantes de pós-graduação receberam bolsas, concedidas por diversas agências de fomento, como Capes (1.041), CNPq (206), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg/278 bolsas) e o programa Reuni/UFG (283).
Produção científica reconhecida
A produção científica tem crescido de forma muito expressiva na UFG. Em 2006, seu corpo docente publicou cerca de 1 mil trabalhos científicos, já em 2012, foram 6,3 mil publicações, na forma de periódicos científicos indexados, capítulo de livros, livros e anais de congressos.
Em 2011, a UFG foi contemplada com o Prêmio American Society for Testing and Materials (ASTM), como a Instituição que mais acessou as Normas Técnicas da ASTM e, em 2012, o Prêmio SciVal Brasil, parceria da Capes com a editora internacional Elsevier, como instituição que apresentou o maior crescimento na produção científica do país, no período 2007-2011.
Dois professores do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), da área de Ecologia e Meio Ambiente, estão na lista da Thomson Reuters Community/2013, entre os pesquisadores mais citados do mundo em publicações científicas. José Alexandre Diniz Filho e Luís Maurício Bini, respectivamente, constam em 7º e 19º lugares na área em que atuam.
Produção científica da UFG dá seu maior salto e conquista reconhecimento com premiação nacional
Grupos e núcleos de pesquisa
Nos últimos oito anos, houve um grande crescimento e consolidação dos grupos de pesquisa cadastrados no CNPq e dos núcleos de pesquisa da UFG. Em 2006, eram 173 grupos de pesquisa e 1.445 projetos em andamento, em 2012, foram 217 grupos e 3.066 projetos cadastrados no Sistema de Acompanhamento de Pesquisa (SAP). Em 2013, foram 66 os núcleos de pesquisa cadastrados na PRPPG. Ao perceber que a organização da pesquisa merecia um guia, foi lançado o Catálogo de grupos e núcleos de pesquisa da UFG.
A consolidação dos grupos e dos núcleos de pesquisa permitiu que diversos programas e redes fossem institucionalizados*, como as Redes Centro-Oeste, Dengue, Antidrogas, Saúde, Interuniversitária para o Desenvolvimento e Estudo do Setor Sucroalcooleiro (Ridesa); os Programas Meia Ponte, Biotecnologia e o Museu de Ciências, em fase de criação.
Rede Pró-Centro-Oeste
Criada em 2009, por meio da Portaria MCT/MEC, a Rede Pró-Centro-Oeste de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação, integra instituições de Ciência e Tecnologia no enfoque dos biomas Cerrado e Pantanal. O fomento da produção científica, tecnológica e de inovação, e a formação de recursos humanos de excelência voltada para a utilização sustentável dos biomas são objetivos presentes nos 30 projetos de pesquisa em andamento nas cinco redes coordenadas por pesquisadores da UFG.
Programa Meia Ponte
O projeto congrega diferentes áreas do conhecimento e têm como objeto a bacia hidrográfica do rio Meia Ponte. O projeto teve início em 2013, com aporte de recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa de Goiás (Fapeg), do Fundo Estadual do Meio Ambiente (Fema) e da Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), em fase de negociação, além do apoio das prefeituras municipais servidas pelo mais importante manancial de água de Goiás e do Ministério Público Estadual.
Rede Dengue
Em apoio ao trabalho do “Grupo integrado para ações contra a dengue”, que visa ações diversas de prevenção contra o agente causador da doença, como palestras, cursos, visitas e mutirões de combate aos focos do mosquito Aedes aegypti. Servidores da UFG e da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) atuam como “síndicos dengueiros” em seus locais de trabalho.
Rede Drogas
Surgiu com a promoção de atividades de capacitação e de pesquisa com financiamento do CNPq e da Fapeg. O êxito do grupo é visível e está em elaboração a formação de um núcleo de pesquisa sobre o tema. A rede tem atendido demanda da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) com cursos ministrados em Goiânia e Catalão, além de outros da região norte e do entorno do Distrito Federal (DF), totalizando 21 municípios.
Rede Saúde
Alicerçada na competência instalada da universidade na área da Saúde, está sendo criada a Rede Saúde da UFG, com a participação de pesquisadores de diversas unidades acadêmicas. O foco de atuação será as doenças transmissíveis e não transmissíveis, considerando três eixos: Eixo 1 – Atenção e Vigilância à Saúde; Eixo 2 – Tecnologia: desenvolvimento e avaliação, e Eixo 3 – Pesquisa Translacional.
Rede Biotecnologia
A PRPPG está implantando uma Rede Multi-institucional de Pesquisa em Biotecnologia a ser integrada pelos pesquisadores da UFG, do Instituto Federal de Goiás e Instituto Federal Goiano. As atividades de pesquisa serão organizadas a partir das seguintes áreas de atuação: Biologia Molecular, Bioinformática, Saúde, Novos Fármacos, Vacinas, Química, Ciência dos Alimentos, Recursos Naturais, o que inclui a Biodiversidade, Ecologia, Genética, Energia Renovável, Controle de Pragas e Resíduos, além das áreas de Gestão, Engenharias, Física e Produção Agropecuária.
Programa de Volta para a Natureza
A PRPPG é responsável pela coordenação e gestão do projeto de manejo para a população de macacos-prego (Cebus libidinosus) do Bosque August Saint-Hilaire do Câmpus Samambaia. O projeto tem a participação de docentes/pesquisadores de diferentes unidades acadêmicas (Escola de Veterinária e Zootecnia, Câmpus Jataí e Instituto de Ciências Biológicas) e conta com a parceria do Ibama na consecução de todas as atividades.
O objetivo do projeto é o de diminuir as interações negativas entre humanos e primatas associadas às mudanças de seus hábitos alimentares e eventuais atropelamentos de animais. Dados clínicos e de monitoramento são coletados periodicamente e servem de subsídios para as ações educativas. Amplas campanhas são rotineiramente executadas, visando ampliar a conscientização da comunidade de que os animais estão aptos a viverem em seu habitat, não necessitando de qualquer intervenção.
Ridesa
Na vertente de produção e geração de novas alternativas energéticas, a UFG compõe a Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento e Estudo do Setor Sucroenergético (Ridesa), cuja execução tem mostrado resultados impactantes para o setor energético do país. Nesse sentido, em 2010, foi lançado o Catálogo Nacional de Variedades RB de Cana-de-açúcar, com 13 novas variedades produzidas nas dez universidades federais que formam a rede.
Museu de Ciência
A criação do Museu de Ciências da UFG, no Câmpus Samambaia, será um importante projeto de interação com a comunidade. O órgão tem como objetivo divulgar a ciência e promover a educação científica não formal de forma atrativa, considerando o conhecimento produzido nas diferentes áreas. Transformar o museu em um espaço de reflexão acerca do ensino e da popularização da ciência é um desafio que cabe às licenciaturas da UFG.
Todas as áreas de atuação da universidade estarão contempladas no Museu de Ciência. As exposições serão concebidas de forma a valorizar as diversas maneiras de produção do conhecimento, cada qual com suas teorias e metodologias, pautadas pela valorização dos seres humanos e pelo respeito ao meio ambiente, buscando o avanço da ciência. Uma comissão foi constituída em 2012 para estudo e elaboração do plano museológico.
Destaque
Nos últimos sete anos, cinco empresas incubadas no Proine foram contempladas com bolsas de valores entre R$ 300 mil e R$ 400 mil do Programa Formação de Recursos Humanos em Áreas Estratégicas (RHAE/CNPq). Outras cinco aprovaram projetos no Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas (Pappe) Integração. Duas empresas foram contempladas pelo Prêmio Finep de Inovação 2011 da região Centro-Oeste, a Requisito Tecnologia com o 3º lugar na categoria pequena empresa e outra com o prêmio União Internacional de Telecomunicações (ITU-T) - agência ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). Além disso, a Requisito Tecnologia foi a única empresa do Centro Oeste selecionada para participar do Seed Form Finep, realizado em 2013, em Foz do Iguaçu (PR), durante o XXII Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas.
Política institucional
De 2006 a 2012, foram destinados à UFG um total de R$ 5 milhões e 836 mil, por meio do Programa de Apoio aos Periódicos Científicos (Proapupec). Outros programas e serviços de apoio à pós-graduação também foram intensificados, nesse período, como:
• Processo de qualificação e de capacitação do quadro de pessoal permanente. Desde 2006, 6.130 servidores docentes e técnico-administrativos, foram afastados, inclusive para o exterior, para se especializarem.
• Reconhecimento de diplomas e certificados de pós-graduação expedidos por universidades estrangeiras, com 189 solicitações já atendidas.
• Doutorado Sanduíche, em que cada programa passou a ter duas cotas – ou cerca de R$ 12 mil – para o envio de estudantes ao exterior.
• Programa Pró-Qualificar, instituído em 2010, que beneficiou 77 servidores docentes e técnico-administrativos com bolsas de mestrado e doutorado da própria instituição.
• Incentivo dado às revistas científicas. Em 2012, foram R$ 200 mil destinados à editoração de 33 publicações.
O aumento da qualificação do quadro de pessoal é considerado determinante para o incremento dos programas de pós-graduação, de pesquisa e de extensão da UFG. Atualmente, a universidade possui 1.523 docentes com doutorado – 70% do quadro permanente – 580 com mestrado e centenas se encontram concluindo o doutoramento. O quadro dos servidores técnico-administrativos possui 45 profissionais em nível de doutorado, 309 de mestrado e 819 de especialização.
A pós-graduação lato sensu também expandiu vigorosamente, em grande parte, pelo aumento da demanda tanto dos setores públicos, quanto dos setores privados por cursos de especialização, visando à formação de seus servidores. Atualmente, a universidade mantém 87 cursos de especialização, nas diversas áreas do conhecimento, alguns deles na modalidade de ensino a distância (EaD). Desde 2006, a UFG passou a ofertar também as residências profissional e multiprofissional na área de Saúde.
Apoiada pelos programas específicos da Capes para mestrado e doutorado interinstitucionais (Minter e Dinter), a instituição tem mantido parcerias com as Universidades Federais do Tocantins (UFT), do Maranhão (UFMA), do Piauií(UFPI), a Universidade de Rio Verde (Fesurv), as Universidades Estaduais de Montes Claros (Unimontes), do Maranhão (UEMA), o Centro Universitário de Gurupi (Unirg) e os Institutos Federais: IF Goiano e IF de Rio Pomba.
A UFG recebeu os três prêmios pela Finep na área de inovação do Centro-Oeste. Em 2012, a premiação foi para os trabalhos desenvolvidos no Laboratório de Métodos de Extração e Separação (Lames), do Instituto de Química (IQ), no Centro de Pesquisa em Alimentos (CPA), da Escola de Veterinária e Zootecnia (EVZ), e no Laboratório de Pesquisas de Produtos Naturais (LPPN)/PD&I Bioprodutos, da Faculdade de Farmácia (FF). Em 2013, foram contemplados o Grupo de Métodos Eletroforéticos, ligado ao IQ, e, novamente, o CPA e o LPPN.
O Parque Tecnológico Samambaia já é uma realidade. A área de 17,9 mil m2, no Câmpus Samambaia, em breve, receberá a infraestrutura básica e a construção dos demais edifícios previstos, depois do Centro Regional para o Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (CRTI), um de dois grandes laboratórios de Pesquisa e Desenvolvimento do futuro Parque. Para a urbanização, a UFG já efetivou convênio com a Prefeitura de Goiânia e, para as novas edificações, tem se empenhado junto ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação/Finep. A próxima obra deverá ser o prédio Central, que sediará a administração do Parque, uma incubadora de empresas e empresas consolidadas.
Nesta Edição
Categorias: pesquisa pós-graduação Iniciação Científica PRODUÇÃO
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