Laboratório da UFG utiliza Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant) para mapeamento ambiental
Publicação da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Goiás
ANO VII – Nº 66 – Agosto – 2014
Laboratório da UFG utiliza Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant) para mapeamento ambiental
Aparelho alcança até 700 m de altura e coleta imagens que podem servir para agricultura de precisão
Texto: Águita Araújo | Foto: Lapig e Adriana Cristina
O Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig), do Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa/UFG), está desenvolvendo e aprimorando técnicas de mapeamento de áreas agrícolas, urbanas e de florestas mediante o uso de Veículos Aéreos Não Tripulados (Vants). Os equipamentos foram adquiridos por meio da iniciativa do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGEO)em 2013. Os Vants são similares a um aeromodelo, porém, utilizados para a captação de imagens georreferenciadas, com coordenadas geográficas, de forma totalmente autônoma.
O professor do Iesa responsável pelo equipamento, Manuel Eduardo Ferreira, explica que os dois Vants, sob cuidados do Lapig, são aparelhos de pequeno porte com uma câmera digital e um GPS, que registram informações durante o voo, em altitudes de 100 até 700 metros. Assim, cria-se uma sequência de fotografias que forma a imagem da superfície a ser mapeada, podendo depois realizar um mapa temático e alguma análise de determinado fenômeno associado à região registrada.
Professor Manuel Ferreira afirma que conceitos de fotogrametria e de mageamento por satélite são empregados na prática pelos estudantes
As regiões de cultivos agrícolas são as que requerem maiores demandas de monitoramento. Segundo Manuel Ferreira, a prática, mais conhecida como agricultura de precisão, pode ser feita em várias fases do cultivo, no plantio, no crescimento da planta e na colheita. “As imagens servem ao agricultor para que ele tenha uma ideia da área de plantio, bem como das coordenadas das áreas deficientes em termos de nutrientes ou que estão sendo atacadas por pragas. Dessa forma, o fertilizante ou o produto de combate à praga podem ser aplicados de forma pontual, evitando que toda a propriedade seja afetada”, esclareceu o professor.
Além disso, os Vants também são utilizados no mapeamento topográfico de áreas urbanas ou rurais, destacando a declividade do terreno ou a presença de erosões. Por meio do GPS, calcula-se a altitude do voo e, então, forma-se uma nuvem de pontos com altimetria (medida das alturas) para gerar uma representação da superfície, ou seja, um modelo digital do relevo da região.
Esse recurso está sendo utilizado no projeto de pesquisa e extensão Processos erosivos em Silvânia, Goiás, do Iesa em parceria com o Lapig. O estudo está sob coordenadoria da professora de Geografia, Andrelisa Santos de Jesus, com participação de outros docentes do Iesa, além da contribuição de professores dos cursos de Engenharia Ambiental, UFG, e de Zootecnia, Universidade de Brasília (UnB). Em média, dez estudantes tanto de graduação quanto do mestrado da UFG também participam da pesquisa.
"A universidade é extremamente favorecida com esses equipamentos, porque os estudantes aprendem na teoria e na prática"
De acordo com a professora Andrelisa Santos, o projeto surgiu mediante uma demanda da Defesa Civil do município de Silvânia, que sofre com processos erosivos, alagamentos e enchentes desde o período colonial. Dessa forma, a análise visa detectar áreas de risco à sociedade para conter a perda de solo e os deslizamentos. O encerramento do estudo está previsto para dezembro de 2015.
Similares a aeromodelos, os equipamentos são de fácil manuseio
Aulas práticas
O professor Manuel Ferreira ressalta que a utilização desses equipamentos pelo Lapig tem caráter apenas acadêmico e científico. Os aparelhos são utilizados nas disciplinas de graduação, mestrado e doutorado, quando envolvem conceitos de Geotecnologia.
Os Vants são pré-programados e controlados pelo software Emotion, que seleciona a resolução espacial da imagem a ser registrada
Áreas urbanas
Por serem equipamentos que não voam por muito tempo, em geral por 30 minutos, os Vants adquiridos são adequados para o mapeamento de pequenas áreas, em torno de 400 hectares por voo. O perímetro urbano e as nascentes da Cidade de Goiás estão sendo monitorados pelo Lapig, em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente dessa cidade, para detectar áreas com risco de inundações e enchentes, bem como avaliar as Áreas de Preservação Permanentes (APPs). Essa parceria trará benefícios diretos para os moradores da cidade, pois as águas do Rio Vermelho e de outros córregos, com grandes volumes em época de chuva, podem inundar áreas do Sítio Histórico.
Nesta Edição
Categorias: pesquisa Vants Lapig IESA
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