Liga de Inventores estimula criatividade e valorização do conhecimento popular
Publicação da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Goiás
ANO VII – Nº 66 – Agosto – 2014
Liga de Inventores estimula criatividade e valorização do conhecimento popular
Projeto ligado ao Grupo PET-Engenharias (Conexões e Saberes) destaca inovações que podem ser patenteadas ou somente divulgadas à sociedade
Texto: Erneilton Lacerda | Foto: Carlos Siqueira
Você consegue imaginar o que seria de sua vida sem luz elétrica? E sem telefone? Esses bens já são tão comuns no cotidiano da maioria das pessoas, que parecem existir desde sempre. Tornou-se impensável viver sem eles. É por isso que a criatividade (e o uso dela para o bem comum) deve ser celebrada e divulgada. Afinal, inventar não é algo fácil e exige dedicação e persistência. Mesmo aquelas invenções que parecem simples à primeira vista, provavelmente, requereram um árduo trabalho intelectual e físico.
João Garrote, de 74 anos, é um desses inventores independentes descobertos pela Liga. Procurador da União aposentado, suas criações têm espaço garantido nas mostras. Em entrevista à TV UFG, João Garrote disse que inventar é se atentar àquilo que falta em nosso cotidiano. “A necessidade é a mãe das criações”, afirmou. A TV UFG, inclusive, já exibiu vídeos sobre algumas das invenções dele, como um barbeador que permite ao usuário escolher o ângulo da lâmina, facilitando a depilação. Ele explica: “A falta de mobilidade em alguns modelos atrapalha o corte, já que não permite que as lâminas fiquem em um ângulo paralelo ao rosto”.
Nesse sentido, para estimular a criatividade e capacidade inventiva dos estudantes e também valorizar o conhecimento popular, foi criada a Liga de Inventores da UFG, vinculada ao Grupo PET (Programa de Educação Tutorial/Capes) Engenharias (Conexão de Saberes), da Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e Computação (EMC). O projeto da Liga foi concebido em 2008, porém as atividades foram iniciadas juntamente com a criação do Grupo PET, em 2009.
Com quinze membros-fundadores, entre docentes e estudantes, a Liga de Inventores desenvolve atividades como cursos de formação e encontros sobre propriedade intelectual, e mostras audiovisuais e fotográficas. Além disso, segundo o presidente da Liga, professor Getúlio Antero de Deus Júnior, é realizada “uma catalogação para divulgar os inventores independentes, que, geralmente, nos são indicados por professores e estudantes. Dessa forma, colocamos em prática um dos objetivos do projeto, que perpassa a valorização e divulgação do conhecimento e inventos populares”. O Laboratório de Engenharia de Multimeios (Engemulti) é o principal suporte para essa catalogação.
Principais atividades da Liga de Inventores:
/Estimular a criatividade e a capacidade inventiva, por meio de encontros, palestras e workshops;
/ Estabelecer conexões de saberes;
/Documentar o trabalho de inventores e suas invenções;
/Ofertar cursos de formação em propriedade intelectual;
/Promover mostras fotográficas e audiovisuais sobre invenções, além de divulgar trabalhos de inventores.
A intenção, afirma o presidente da Liga de Inventores, não é patentear deliberadamente as invenções que surgem. “Às vezes, você tem uma invenção e não quer patentear, e sim que a humanidade copie. Existem descobertas e conhecimentos para serem divulgados e não para serem patenteados”, ressalta ele citando o fato de Santos Dumont, em 1909, não ter patenteado o avião Demoiselle, o menor do mundo à época. Com a decisão do inventor brasileiro, a patente do modelo percussor dos ultraleves se tornou pública e livremente utilizável por qualquer pessoa. “Em casos como esses, a troca de saberes com a comunidade se sobrepõe aos interesses comerciais”, diz Getúlio Antero Júnior.
Os investimentos na Liga são escassos, visto que ela é mantida com uma verba de custeio oferecida pelo Grupo PET e com a colaboração da EMC. Entretanto, a relevância acadêmica da Liga é inversamente proporcional à aplicação de recursos. Getúlio Antero Júnior discorre que há uma influência positiva na vida acadêmica dos estudantes membros, pois “participar dos trabalhos permite que o aluno saia da ‘zona de conforto’ das disciplinas e comece a querer inventar ou fazer coisas diferentes. Há um despertar para o diferente e o novo”.
Estudante do quarto período de Engenharia Elétrica, João Paulo Barbosa corrobora as palavras de Getúlio Antero Júnior. “Desde que ingressei no Grupo PET, interessei-me em participar da Liga de Inventores. Estar nela melhorou a visão que eu tinha, até então, da universidade e do meu curso, já que passei a conhecer ambos mais profundamente”.
O estudante João Pedro Reis Lopes e o professor Getúlio de Deus, durante o III Encontro de Propriedade Intelectual na Graduação da UFG, ao lado de João da Silva Garrote que recebeu um certificado pelo seu trabalho como inventor
Grupo PET – Engenharias (Conexões de Saberes): http://www.emc.ufg.br/pet telefone: (62) 3209-6402
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