UFG realiza ampla pesquisa sobre violência
Publicação da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Goiás
ANO VII – Nº 69 – Novembro/Dezembro– 2014
UFG realiza ampla pesquisa sobre violência
Objetivo é identificar situações de violência, conflitos e crimes vivenciadas pela comunidade universitária. Dados subsidiarão o debate para formulação da Política de Segurança da UFG.
Texto: Silvânia Lima | Fotos: Carlos Siqueira e Divulgação
A UFG está empenhada na construção da sua política de segurança e informação. Para tanto, a instituição desenvolve uma série de projetos e ações que busca abarcar as necessidades de todas as Regionais. A preocupação inicial estava mais relacionada à preservação do patrimônio, bens públicos e particulares daqueles que frequentam os espaços da universidade. As discussões apontam novos rumos para as estratégias de segurança e qualidade de vida nos câmpus.
No momento, a instituição efetua a coleta de dados junto à comunidade universitária, a fim de captar subsídios para as futuras ações. Em agosto, uma ação no Bosque Auguste de Saint-Hilaire viabilizou manifestações sobre a reserva natural do Câmpus Samambaia. Em setembro, teve início o trabalho de campo de uma ampla pesquisa sobre violência na UFG. No início de 2015, está previsto um seminário aberto para discutir o assunto.
“O sucesso de toda e qualquer medida, que vise à qualidade de vida na universidade, requer o envolvimento das unidades dos órgãos e setores em cada Regional. É preciso que todos participem informando, sugerindo, reivindicando e acolhendo medidas e ações”, ressaltou Ubirajara Pereira, responsável pela Central de Monitoramento da Gerência de Segurança (Geseg) da UFG.
Por meio da pesquisa intitulada Violências, conflitos e crimes: subsídios para a formulação da política de segurança da UFG, a instituição quer conhecer os tipos, níveis e como se dá a violência em seus espaços de convivência, da mesma forma, conhecer a opinião e as sugestões da comunidade sobre que ações podem e devem ser tomadas para minimizá-la. Cerca de 40 pessoas estão envolvidas no trabalho, sob coordenação-geral de Dijaci David de Oliveira, diretor da Faculdade de Ciências Sociais (FCS), com o envolvimento direto do Núcleo de Estudos da Criminalidade e da Violência (Necrivi/FCS) e do Núcleo de Direitos Humanos (NDH), ligado à Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI).
A investigação está estruturada em três frentes de trabalho, todas em andamento: a primeira faz o levantamento bibliográfico e de pesquisa em todas as universidades brasileiras, com o objetivo de conhecer estudos semelhantes em âmbito universitário; a segunda realiza levantamento quantitativo e qualitativo sobre o registro de ocorrências nas quatro Regionais da UFG e na Ouvidoria; e, por fim, a pesquisa qualitativa com os diversos segmentos da comunidade universitária.
O trabalho de campo junto à comunidade universitária teve início na última semana de setembro e deve ir até dezembro, com a aplicação de questionários e a realização de entrevistas em profundidade e de grupos focais.
Ampla abrangência – O professor Dione Antônio de Carvalho, coordenador do Necrivi, ressalta que o grupo trabalha com uma definição mais ampla de violência, que engloba não só crimes contra pessoas e patrimônios, mas também conflitos decorrentes de hierarquias, preconceito, discriminação e outros, entre os diversos segmentos da comunidade. A pesquisa trata ainda de temas como consumo de drogas, tráfico, roubos, furtos, visando, ainda, detectar possíveis situações de discriminação, intolerância, assédio e outros conflitos internos.
O professor Ricardo Barbosa Lima, coordenador do NDH, salienta o pioneirismo da iniciativa. “Não há notícia de outra pesquisa com essa dimensão entre as Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes). Trata-se de uma ação institucional ousada que, certamente, resultará em muitos benefícios para a comunidade universitária. O principal deles é dar elementos para a UFG construir o seu próprio plano de segurança”, disse o professor.
O estudo tem a participação de docentes, estudantes de graduação e de pós-graduação da FCS e da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) da UFG, além do apoio da Geseg/UFG, na Regional Goiânia. Também há o envolvimento de entidades e de pessoas das outras Regionais na efetivação da pesquisa de campo, cujos dados servirão ainda como subsídios para trabalhos acadêmicos.
Além da segurança do patrimônio público e privado, a pesquisa visa detectar outros tipos de violência no âmbito da universidade
O ambiente universitário deveria ser diferente?
O cotidiano está repleto de situações de violência, das mais sutis às mais perversas, e são muitos os fatores que levam as pessoas, muitas vezes, a agirem de forma desrespeitosa e truculenta, no convívio com outras. O mais comum deles, sem dúvida, constitui-se nos modelos apreendidos no processo de socialização, em que os indivíduos aprendem ao longo da vida a pensar e a agir em determinadas situações, inclusive conflitos inevitáveis. Dijaci Oliveira diz que “muitas sociedades obtiveram avanços na construção de práticas e valores que garantiram formas não violentas de solução dos conflitos. Já outras, contudo, na ausência de sistemas educativos formais e informais, diante da presença de organizações sociais enfraquecidas, ou pela deficiência de mecanismos de resolução de conflitos, acabam por ceder espaço para a cultura de violência”.
Manifestações desta cultura de violência podem ser observadas em diversos níveis. Fatos corriqueiros estão relacionados ao desrespeito às normas que diferenciam o espaço público do espaço privado. O que pertence a todos (público) não deve ser regido pelos interesses privados. Dijaci Oliveira ressalta, todavia, que em muitos espaços da sociedade observamos essa espécie de infração “tanto nos governantes (corrupção), quanto nos grupos criminosos (domínio territorial). Entre os cidadãos em geral, no uso de prerrogativas variadas, como o chamado ‘jeitinho’, a realização de ‘justiça com as próprias mãos’ ou a simples destruição de um bem, a prática do vandalismo”.
Grupo efetivador do trabalho de campo em uma das reuniões de preparação para a coleta de dados nas Regionais da UFG
Apesar do favorecimento ao debate de ideias e às livres manifestações, o ambiente universitário não está imune ao que ocorre no restante da sociedade e pode ter nele a reprodução de situações semelhantes àquelas encontradas em qualquer ambiente externo. “Ainda é forte a tradição de que o conhecimento torna os indivíduos mais aptos para a resolução dos conflitos de forma não violenta, ao mesmo tempo em que são mais preocupados com a preservação do espaço público. Mas essa tese se mostrou falha em vários momentos, como exemplo, na ascensão do Nazismo, que ocorreu em uma sociedade com avançado desenvolvimento educacional e cultural. Contudo, continuamos a apostar no processo educativo como prática necessária para ampliar as possibilidades de constituição e consolidação de valores de defesa da coexistência, convivência e defesa do espaço público não violento e aberto para todos”, afirmou Dijaci Oliveira.
Sistema Integrado de Segurança
Conforme já noticiado pelo Jornal UFG, o serviço de segurança da instituição passa por melhorias em sua estrutura, atualmente, mais voltada para a segurança patrimonial. O Sistema Integrado de Segurança (SIS), ligado à Geseg/UFG, é composto por quatro supervisões:
- Supervisão de Prevenção e Combate a Incêndio (Brigadas), sob responsabilidade de Joaci Gonçalves;
- Supervisão de Sistema Eletrônico de Segurança, responsável pela Central de Monitoramento, a cargo de Ubirajara Pereira;
- Supervisão de Vigilantes e Vigias Terceirizados, a cargo de Osmar Ferreira que, juntamente à equipe da Vigilância Orgânica, realizam o monitoramento das áreas em postos fixos e ronda motorizada;
- Supervisão de Assuntos Estratégicos, que efetua o serviço de investigação, tanto de caráter preventivo quanto apurativo, sob responsabilidade de Assis Brasil.
Contatos Segurança da UFG
Caso seja necessário, entre em contato com a Segurança da UFG pelos telefones:
Regional Goiânia Câmpus Samambaia – (62) 3521-1093 / 1337
Câmpus Colemar Natal e Silva – (62) 3209-6003
Regional Goiás – (62) 3371-2900
Regionais Catalão e Jataí – Serviço de segurança em implantação
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Categorias: pesquisa Segurança violência Faculdade de Ciências Sociais Faculdade de Informação e Comunicação
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