Ateliê tipográfico retoma processo artesanal de produção
Ateliê tipográfico retoma processo artesanal de produção
Primeira tipografia reativada no Estado de Goiás se tornou parte do acervo histórico da UFG e, também, instrumento pedagógico para a comunidade universitária
Texto: Serena Veloso | Fotos: Laís Brito
Processo de criação tipográfica utiliza tipos móveis (caracteres moldados com metal) organizados em uma matriz na qual é feita a composição para impressão
Resgatar o passado e reinventar o futuro. Com esta proposta, o Ateliê Tipográfico do Centro Editorial e Gráfico (Cegraf) da UFG reativou, no final de 2014, o maquinário da antiga Imprensa Universitária e retomou uma tradição nas artes gráficas que se mantém desde o século XV e que, ao longo dos anos, foi sendo substituída pelo uso das novas tecnologias nos processos gráficos. A iniciativa partiu de servidores do próprio Cegraf, interessados em recuperar esse patrimônio material da universidade. “Atualmente, a demanda e a exigência de produção em tempos cada vez menores, fez com que essas máquinas fossem abandonadas. Portanto, para resgatar os valores históricos, artísticos e culturais dessa técnica, o Cegraf tomou essa iniciativa,” destaca o coordenador do espaço, Sigeo Kitatani Júnior.
Maquinário da antiga Imprensa Universitária da UFG ficará exposto no espaço, aberto à visitação
Essa é a primeira tipografia reativada em Goiás. As antigas impressoras tipográficas e a linotipo, algumas utilizadas eventualmente, outras guardadas em um depósito durante anos, dão vida, novamente, a obras praticamente esculpidas, com técnicas que remontam um caráter artesanal. Adquiridas na década de 1960, durante a implantação da Imprensa Universitária da UFG, as máquinas estão agora a pleno vapor, sendo utilizadas na impressão de pequenos livros e outras peças gráficas. Dois livros já foram lançados pelo Cegraf por meio da impressão tipográfica: Orchideas, de Leodegária de Jesus, que integra a Coleção Cidade de Goiás; e a coletânea de poemas do artista plástico Oscar Fortunato, intitulada Tipo Assim. No momento, está em processo de produção a obra Cântico dos Cânticos, texto bíblico do Antigo Testamento.
Mais do que resgatar esses processos de produção, o Ateliê Tipográfico é um espaço de preservação da história das artes gráficas em Goiás, aberto para a visitação do público que pode não só conhecer de perto o equipamento, mas, também, observar todo o processo de produção e criação tipográfica. “A ideia é reativar as máquinas antigas e fazer um museu vivo, no qual as máquinas funcionariam e produziriam textos que de certa forma tenham nuances históricas”, explica Sigeo Kitatani Júnior. As visitas guiadas podem ser realizadas, por agendamento, das 08h00min às 17h00min, no Ateliê Tipográfico da UFG, localizado no prédio do Cegraf, no Câmpus Samambaia. O espaço também oferece palestras e cursos em tipografia abertos à comunidade.
Maquinário da antiga Imprensa Universitária da UFG ficará exposto no espaço, aberto à visitação
Serviço de impressão tipográfica
As obras impressas por meio da tipografia passam anteriormente pelo crivo do Conselho Deliberativo do Cegraf, que recebe as propostas dos interessados em produzir um livro pela Gráfica da UFG e analisa a viabilidade do desenvolvimento da publicação nesse formato, a partir da observação de características como o tamanho do livro e os elementos gráficos. Já as obras que recebem financiamento da Universidade e chancela do selo da Editora UFG, passam pelo Conselho Editorial para que sejam aprovadas, definindo o tipo de impressão (tipográfica ou moderna) e recebendo o vínculo institucional. As orientações para os interessados em enviar propostas de livros para produção pela Gráfica UFG ou pela Editora UFG estão disponíveis na página do Cegraf: www.cegraf.ufg.br
Maquinário da antiga Imprensa Universitária da UFG ficará exposto no espaço, aberto à visitação
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