Alunos nota 10
Alunos nota 10
Texto: Luiz Felipe Fernandes | Foto: Adriana Silva | Infografico: Lucas Botelho
Estudante de Arquitetura, Bruno Portilho Neves ressalta importância do comprometimento do aluno com os estudos
Todos os anos, acadêmicos da Universidade Federal de Goiás (UFG) se destacam no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), contribuindo para que vários cursos de graduação obtenham conceito igual ou maior que três (numa escala de um a cinco). O último resultado divulgado pelo Ministério da Educação (MEC), relativo às provas realizadas no fim de 2014, mostra que, dos cursos avaliados naquele ano, 42 tiveram desempenho positivo. Cinco deles receberam o conceito máximo. São eles: Arquitetura e Urbanismo, Física (bacharelado), Ciências da Computação (bacharelado), Engenharia Civil e Engenharia Mecânica, todos em Goiânia.
O Enade, promovido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mede o desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares do respectivo curso de graduação e as habilidades e as competências em sua formação. Ele integra o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e todos os anos o MEC define quais cursos serão avaliados.
Os coordenadores dos cursos da UFG mais bem avaliados no Enade são unânimes em dizer que o resultado positivo é consequência de uma série de fatores: estudantes empenhados e professores qualificados, além de pesquisas e projetos que contribuem para o aprendizado. “Procuramos formar um profissional mais completo, tecnicamente competente, mas que também tenha capacidade crítica, equilibrando a prática e a teoria”, explica o coordenador de Arquitetura e Urbanismo, Bráulio Romeiro. Ele ressalta que, apesar de ser um curso recente, a primeira turma formou-se em 2013, desde o início já havia um grupo de pesquisa organizado. Há dois anos também foi estruturado um programa de pós-graduação que passou a oferecer o mestrado, que já está formando suas primeiras turmas.
Prestes a encarar o mercado de trabalho na área de Arquitetura, o estudante Bruno Portilho Neves, 22, garante que, apesar da apreensão de passar do mundo acadêmico para o profissional, se sente preparado. “A Universidade e os professores da UFG se empenham muito para que o ensino seja passado da melhor forma possível, para que o aluno realmente aprenda, e isso é muito importante”. Ele considera que o comprometimento do aluno é essencial. Durante o curso, Bruno Neves participou de dois projetos de pesquisa – um deles premiado pela UFG – e, junto com outros colegas, ficou em segundo lugar em um concurso nacional de projetos estudantis.
Comprometimento
“Os estudantes foram muito comprometidos com a nossa instituição em relação à participação no Enade, o que mostra que, além da formação técnica, também estão tendo uma formação pessoal e profissional importante”, destaca o professor Felipe Pamplona Mariano, que coordenou o curso de Engenharia Mecânica até fevereiro deste ano. A graduação começou a ser oferecida pela UFG em 2009.
Mesmo com as dificuldades do início, o coordenador afirma que projetos como o Engenharia nas Escolas e o Espaço das Profissões motivam os alunos. O próximo passo é propor a abertura de um programa de pós-graduação. Felipe Mariano acrescenta que o resultado do Enade também reflete os procedimentos adotados em sala: “As aulas são expositivas, o material didático são livros e textos específicos das disciplinas e os métodos de avaliação são as provas e os projetos”.
Além da qualificação do corpo docente, a coordenadora de Ciências da Computação, Taciana Novo Kudo, ressalta que o projeto pedagógico do curso está consolidado e compreende os principais aspectos cobrados pelo Enade. Ela pontua outras iniciativas, como monitoria para acompanhar os alunos nas disciplinas com maior índice de retenção e a participação ativa dos estudantes na Maratona Brasileira de Programação. Ela acredita que o fato de o curso de Ciências da Computação ser de período integral e exigir bastante envolvimento, os estudantes acabam se comprometendo com o aprendizado: “O próprio curso exige dedicação aos estudos para que o aluno chegue à fase concluinte”, ressalta.
Também é assim com outro curso nota máxima no Enade – o bacharelado em Física. Trata-se de um curso difícil, tradicionalmente com pouco número de concluintes. “O nível de exigência do curso é alto e apesar de todos os esforços dos professores no sentido de maximizar o aprendizado dos alunos, eles precisam de um alto nível de dedicação e comprometimento com o curso, senão não conseguem chegar até o fim”, explica o professor Herbert Georg, coordenador do curso à época da realização do Enade de 2014.
Segundo Herbert Georg, os principais fatores que explicam o conceito atingido pelos estudantes são a qualidade e o engajamento do corpo docente. Todos os 49 professores do Instituto de Física da UFG são doutores, 17 são bolsistas de produtividade em pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a maior parte está envolvida com pesquisa e pós-graduação. “São professores preocupados em preparar suas aulas com esmero e que buscam constantemente maneiras de aprimorá-las”, acrescenta o professor.
Acima da média
Outro dado positivo é o que mostra que mais da metade dos cursos da UFG avaliados no último Enade obtiveram resultados maiores que a média nacional. Estudantes de 37 graduações, quase 57% do total, conseguiram notas superiores à média dos respectivos cursos avaliados nas demais instituições de ensino superior. Foram 23 em Goiânia, oito em Jataí e seis em Catalão.
O bom desempenho dos estudantes da UFG também foi atestado em cursos avaliados em anos anteriores. Em 2013, obtiveram conceito cinco no Enade os cursos de Medicina e Enfermagem, ambos em Goiânia. Em 2012, a nota máxima foi obtida pelos acadêmicos dos cursos de Direito (Goiânia e Cidade de Goiás), Administração (Goiânia e Catalão), Publicidade e Propaganda e Ciências Contábeis (ambos de Goiânia).
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Categorias: ENADE universidade