Pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas estão entre os mais citados do mundo
Publicação da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Goiás
ANO VII – Nº 60 – JULHO – 2013
Pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas estão entre os mais citados do mundo
Na área de Ecologia e Meio Ambiente, dois professores da UFG se classificaram em sétimo e décimo nono lugar na quantidade de publicações científicas
Texto: Erneilton Lacerda | Ilustração: Reuben Lago
Quando a lista dos pesquisadores mais citados do mundo em publicações científicas foi divulgada pela Thomson Reuters Community, estudantes e professores do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Goiás (UFG) tiveram uma boa surpresa. A razão foi que os professores José Alexandre Diniz Filho e Luis Mauricio Bini, do Departamento de Ecologia, constaram na lista em sétimo e décimo nono lugar, respectivamente.
Na verdade, a surpresa é modo de dizer, visto que as pesquisas desenvolvidas por eles, juntamente com outros docentes do instituto, já ganharam destaque internacional outras vezes. Em 2003, o departamento recebeu uma menção, também da Thomson Reuters por ter o artigo científico em Ecologia mais acessado daquele ano. O artigo, Red shifts and red herrings in geographical ecology, foi publicado na revista Global Ecology & Biogeography e fazia referência a um método novo na busca por padrões biogeográficos.
O professor José Alexandre Diniz mostra a satisfação quanto à receptividade do trabalho, que ele frisa ser coletivo: “Não apenas o professor Luis Mauricio Bini ou eu que merecemos esse reconhecimento, mas também todos os professores da área Ecologia do ICB. É um trabalho de equipe”. O corpo docente do Departamento de Ecologia da universidade é composto, atualmente, por 19 professores.
Um ponto que merece ser evidenciado, segundo José Alexandre Diniz, é o papel dos estudantes nas pesquisas realizadas pelo grupo. Segundo ele “a maior parte dos nossos trabalhos de laboratórios tem sempre os alunos envolvidos, tanto os de graduação quanto os da pós-graduação”. O resultado desse envolvimento dos estudantes é que eles constituem uma sólida base para a produção científica na UFG e, consequentemente, garantem uma boa avaliação curricular. “Eles são muito bem formados”, resume o professor e pesquisador.
Por outro lado, o Departamento de Ecologia tem dificuldades para levar adiante alguns de seus projetos em razão da falta de apoio do Instituto de Ciências Biológicas ou até mesmo da Universidade Federal de Goiás, critica José Alexandre. “Atualmente, estamos no meio de um forte debate dentro do Instituto visto que o mérito do Departamento em se destacar em publicações internacionais, por exemplo, não tem tido o menor reconhecimento nem por parte do ICB, nem pela UFG”, garante o professor.
Além disso, conforme o professor, o apoio financeiro recebido para as pesquisas desenvolvidas pelo departamento é originário do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Linhas de pesquisa – A linha de trabalho de José Alexandre Diniz e Luis Mauricio Bini perpassa a Ecologia Quantitativa e a Macroecologia. A primeira desenvolve métodos e abordagens estatísticas para analisar dados ecológicos. “A maior parte dos trabalhos que publicamos está nessa linha e tem alto impacto com relação às citações no meio científico, porque propõem métodos ou softwares novos”, infere José Alexandre Diniz. Já na linha de pesquisa em Macroecologia, os pesquisadores investigam processos ecológicos que determinam aspectos distintos da biodiversidade, em grandes escalas espaciais e evolutivas. Pós-graduação – O Programa de Pós-Graduação em Ecologia do ICB, por sua vez, apresenta mais duas linhas de pesquisa, além destas. A Limnologia, avalia os padrões de organização das comunidades bióticas de lagos, rios, reservatórios e regiões costeiras em relação aos parâmetros físicos, químicos e bióticos ambientais.
Já a linha em Biodiversidade e Biologia da Conservação testa hipóteses sobre o padrão de organização de populações e comunidades em diferentes escalas geográficas, identificando o impacto humano sobre processos ecológicos e evolutivos determinantes desses padrões, dentro de um contexto de biologia da conservação.
“O Programa de Pós-Graduação tem recebido boa receptividade no País, sendo um dos melhores conceituados da área”, comemora José Alexandre Diniz, que afirma: “Muitos dos nossos alunos de mestrado e doutorado, por exemplo, vêm de outros estados e de outros países. Também temos muitos professores visitantes que vêm para a UFG para aprender os métodos que ensinamos aqui.”
Integração – A rede de pesquisa Genética Geográfica e Planejamento Regional para Conservação de Recursos Naturais no Cerrado (GENPAC) tem a participação de 16 universidades da região Centro-Oeste, em um total de quase 80 pesquisadores. Entre eles está o professor José Alexandre Diniz, como coordenador da rede, e vários outros docentes do Departamento de Ecologia e de outros grupos de pesquisa da UFG, inclusive do Câmpus Jataí. Iniciado em 2011, o projeto tem o intuito de analisar padrões de distribuição de espécies no Cerrado e relacionar a parte ecológica com a genética molecular.
“O grupo está interessado em saber como os processos a níveis molecular e genético afetam a distribuição da espécie. E, num segundo momento, como isso pode ser usado para conservar algumas das espécies”, revela o coordenador. “Integrar todo o nosso conhecimento de macroecologia com a parte genética e molecular é basicamente o que buscamos”, finaliza.
Luis Mauricio Bini - Graduado em Ecologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1991), mestre em Ciência Ambiental pela Universidade de São Paulo (1995) e doutorado em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais pela Universidade Estadual de Maringá (2001). Desde 2004, é editor associado do periódico Hydrobiologia (The Hague).
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