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Universidade Federal de Goiás

Curso de Engenharia Física dá primeiros passos para sua consolidação

Em 13/08/13 11:44. Atualizada em 24/11/14 14:13.

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Publicação da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Goiás 
ANO VII – Nº 60 – JULHO – 2013

Curso de Engenharia Física dá  primeiros passos para sua consolidação

O curso da UFG, primeiro criado em Goiás e oitavo no Brasil, agrada acadêmicos e amplia as possibilidades dos apreciadores das ciências exatas

Texto: Erneilton Lacerda | Foto: Ana Maria Antunes

O curso de Engenharia Física, ligado ao Instituto de Física (IF), está na grade da Universidade Federal de Goiás (UFG) desde o início do ano letivo de 2013. Para o primeiro período, foram abertas 20 vagas pelo processo seletivo 2013/1 da UFG e 5 vagas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A UFG é a oitava instituição pública de ensino superior no Brasil a ofertar o curso, sendo que a primeira foi a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em 2000. Embora seja um curso novo, estudantes e professores fazem um balanço positivo do primeiro semestre de aulas e estão otimistas quanto à formação e ao mercado de trabalho.

Engenharia Física

Turma pioneira de Engenharia Física na UFG se mostra otimista quanto ao futuro do curso


“O curso surgiu devido à necessidade do Brasil em formar engenheiros multiespecialistas ou generalistas, o que demanda um forte conhecimento nas ciências exatas (Matemática, Física e Química) aliado às técnicas e conceitos específicos da Engenharia”, explica o coordenador do curso, professor Lauro June Queiroz. Ele, que possui graduação, mestrado e doutorado em Física, reconhece que é “um desafio gratificante e enriquecedor poder contribuir na formação de profissionais de Engenharia que terão uma sólida formação – da mesma forma que eu tive”.

A graduação é composta por disciplinas divididas em dez semestres letivos. No primeiro período, as disciplinas ofertadas têm enfoque na Física e Informática e, a partir do terceiro, ganharão destaque na grade curricular disciplinas mais específicas da Engenharia, principalmente no que se refere à eletrônica, automação e controle e à caracterização de materiais.

A colaboração de unidades acadêmicas parceiras dentro da UFG foi preponderante para que o projeto do curso de Engenharia Física se tornasse real, de acordo com o coordenador Lauro June, que cita a Escola de Engenharia Civil (EEC); a Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e Computação (EMC); a Faculdade de Artes Visuais (FAV); o Instituto de Informática (IF); o Instituto de Matemática e Estatística (IME); e o Instituto de Química (IQ).

Criação – A primeira proposta da criação do curso de Engenharia Física surgiu durante reunião no Conselho Diretor do Instituto de Física, em março de 2012, quando estavam em pauta discussões acerca de uma reestruturação da unidade acadêmica. Debatiam-se maneiras de ampliar e diversificar a formação dos alunos e prover formação diferenciada dos cursos. Foi então que se cogitou, pela primeira vez, a implementação da graduação em Engenharia Física.

A partir de então, professores do IF buscaram referências nos Projetos Pedagógicos de Curso (PPC) dos cursos já existentes no País. “Apoiamo-nos nos cursos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Além disso, foram estudadas grades curriculares de cursos do exterior, principalmente em países europeus e dos Estados Unidos”, declara Lauro June Queiroz.

Os objetivos e metas da UFG de contribuir para a transformação e o desenvolvimento da sociedade dentro do contexto estadual e regional e o perfil do quadro docente do Instituto de Física foram outros fatores determinantes para a definição de perfil do curso de Engenharia Física, que alia, especialmente, estes dois elementos: estudos sobre desenvolvimento de materiais em estado sólido e automação e controle aplicados à nanotecnologia.

Perspectivas – A empolgação dos graduandos em Engenharia Física da UFG é visível em relação ao que o futuro lhes reserva. Muitos deles relatam que, após enfrentarem a resistência inicial de familiares e amigos, que pouco sabiam sobre as funções de um engenheiro físico, hoje estão satisfeitos com o primeiro período do curso.

Sávio Pereira Alves, 18 anos, afirma que as dúvidas iniciais foram substituídas por certezas à medida que ele conheceu de fato o curso. “É melhor do que eu esperava. Depois que ingressei, tive certeza que ser engenheiro físico é o que quero para meu futuro”. Situação semelhante é vivida por Rafael Carbat, de mesma idade. Aprovado em outras instituições de ensino para cursos diferentes, Rafael decidiu utilizar sua nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e foi convocado pelo Sisu. “O que pesou em minha decisão por Engenharia Física foi participar de uma turma pioneira de um curso novo na universidade e no estado e ter a oportunidade de fazer a imagem desse curso. O sucesso verdadeiro vem apenas quando você se arrisca”, filosofa.

Enquanto isso, Mary Hellen da Costa, 32 anos, tem uma história diferente da dos colegas. Formada em Física pela UFG e Mestre em Ciências Moleculares, ela é professora em uma universidade privada. Com este currículo, regressar à graduação parecia improvável. Entretanto, como física, Mary Hellen sentia necessidade de ver a aplicabilidade das teorias estudadas por ela e surgiu, então, a oportunidade de ingressar no curso de Engenharia Física. “Tenho uma perspectiva boa quanto ao curso. A engenharia está em alta no Brasil e no mundo. E, como professora, preciso sempre estar aprimorando o conhecimento”, pondera.
 
Mercado – Segundo relatório do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o perfil de engenheiro físico, com as especificidades propostas pela Universidade Federal de Goiás, é a do engenheiro do futuro, que se envolverá com novas tecnologias e inovação. Diante disso, Lauro June mostra-se confiante quanto ao futuro dos egressos do curso. “Em Goiás, temos nichos de mercado que são muito fortes: agroindústria, alimentos, automobilística, fármacos, metal-mecânica e mineração. Em todos estes, o engenheiro físico poderá ser inserido”.
Com o mercado em expansão, a aposta é que os engenheiros físicos graduados na UFG não irão competir com os profissionais já existentes, porque irão carregar o diferencial de possuir novos conhecimentos e técnicas de caracterização e formulação de materiais.  Sem sombra de dúvida, as empresas terão sucesso com a contratação destes novos engenheiros , conclui o coordenador. O salário inicial de um engenheiro físico, conforme o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (CREA-SP), é R$ 4.068,00 em uma carga horária de seis horas diárias, sendo equivalente a seis salários mínimos.

Vagas UFG: 25 (sendo 20 pelo Processo Seletivo e 5 pelo Sisu)
Candidatos por vaga: 6,35 (Processo Seletivo 2013/1)
Áreas de atuação: Criação, desenvolvimento e aplicação de dispositivos que utilizam diferentes formas de interação de radiação com a matéria em equipamentos médicos e biomédicos; eletrônica, ótica linear, novos materiais, energia, meio ambiente, nanotecnologias, energias renováveis, instrumentação.
Piso Salarial: R$ 4.068,00 em uma carga horária de seis horas diárias (Fonte: CREA-SP)
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60 p5 522 Kb bedd761373381c852a83b546b0572452