Luz, câmera, reflexão!
Luz, câmera, reflexão!
Projeto de extensão estuda relações entre fotografia e filosofia e consolida grupo da UFG como uma das referências nacionais na área
Texto: Angélica Queiroz | Fotos: Guilherme Ghisoni
Fotografia e Filosofia. Áreas distintas? Não para o professor da Faculdade de Filosofia da UFG (Fafil), Guilherme Ghisoni e diversos pesquisadores pelo mundo, para os quais as duas ciências estão sempre interligadas. Tentando entender que tipo de relação o homem tem com o mundo por meio das fotografias e acreditando que essa compreensão exige um conhecimento filosófico, desde a década de 90, Guilherme Ghisoni se dedica a análises que relacionam as duas áreas. Há três anos, criou o Grupo de Estudos de Filosofia da Fotografia, que hoje funciona como projeto de extensão e já está se tornando referência nacional nas pesquisas de Filosofia da Fotografia.
Guilherme Ghisoni diz que foi a Fotografia que o levou a estudar Filosofia, mas que o oposto também pode ocorrer, pois acredita tratar-se de uma via de mão dupla. “O caminho pode começar da fotografia para o inquérito filosófico sobre o estatuto da imagem, ou o contrário, pode-se começar com uma perspectiva filosófica e, a partir dela, pensar que foto é possível produzir”, explica. Quando chegou à UFG, o professor relata que notou a necessidade de oferecer uma ponte de ligação entre a produção acadêmica filosófica e os interessados em fotografia, tanto do ponto de vista acadêmico quanto do artístico. Foi dessa observação que surgiu a ideia do projeto.
O grupo, que já tem mais de 20 participantes e realiza encontros semanais, tem a participação de alunos de várias unidades da UFG, além de pessoas da comunidade, possibilitando o diálogo entre diferentes áreas do saber. Para o futuro, Guilherme Ghisoni afirma que planeja viabilizar a instalação de um laboratório de pesquisa de filosofia da fotografia na UFG, com equipamentos adequados, que possam auxiliar os integrantes do grupo em seus projetos e pesquisas. Segundo o professor, Goiânia ainda não possui uma estrutura consolidada que possa absorver o potencial local e o grupo pretende contribuir para preencher essa lacuna, possibilitando resultados acadêmicos e práticos como a organização de exposições e publicação de foto livros.
Confira mais fotos no blog.
No ensaio “Não entre aqui quem não souber geometria”, Guilherme busca mostrar que a tridimensionalidade da imagem fotográfica (a ideia de um “ver dentro da foto”) é uma ilusão, ao tornar visíveis as relações de proporção da composição de modo bidimensional
A proposta do ensaio “Epoché” é a suspensão do juízo acerca da existência do mundo exterior retratado e a consideração dos elementos da composição, como aparecem à consciência. Para isso, Guilherme manipula diretamente os negativos fotográficos, sobrepondo cores e formas aos elementos da composição.
No ensaio fotográfico “Paisagens Imaginárias”, Guilherme constrói um espaço visual próprio da imagem fotográfica, distanciando-a do espaço físico da escultura, ao conceber paisagens nas quais não conseguiríamos aplicar as leis da física ou percorrer com nossos corpos
Esta fotografia explora visualmente o problema da identidade pessoal através do tempo, mostrando que a unidade do sujeito é uma construção que conecta o eu em diferentes momentos. Ela é parte do ensaio “Observações Filosóficas”, no qual Guilherme aborda em cada foto um problema filosófico ou distinção conceitual
O ensaio “Aqui e lugar nenhum” procura contrastar, em uma mesma imagem, a perspectiva egocêntrica da fotografia (que simula a perspectiva pela qual vemos o mundo) e a alocêntrica (com imagens do espaço nas quais não há determinações como, aqui, ali, perto e longe)
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Fonte: Ascom UFG
Categorias: Filosofia Fotografia Extensão Edição 77