EDITORIAL: Parto humanizado
Publicação da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Goiás
ANO VII – Nº 67 – Setembro – 2014
Editorial: Parto humanizado
Texto: Kharen Stecca* | Foto: Carlos Siqueira
Nesta edição do Jornal UFG, proporcionamos a discussão de um tema ainda pouco conhecido: o parto humanizado. O nascimento há muito deixou de ser um processo fisiológico, inerente à vida reprodutiva humana, para se tornar um processo cada vez mais sistematizado e mercadológico. Nesse processo de sistematização, foi reduzido o número de partos naturais e normais ou, quando realizados, ocorrem com diversas intervenções que, em excesso e, às vezes, sem o consentimento da gestante, caracterizam o que hoje chamamos de violência obstétrica.
Diante desse processo que vem tirando da mulher sua autonomia e competência para um parto natural, surge um movimento de valorização do parto humanizado que visa dar novamente à mulher o protagonismo desse ato. O parto humanizado é aquele em que as decisões da mãe são respeitadas e o acompanhamento do nascimento, com o mínimo de intervenções, seja de uma forma que garanta o bem-estar da mãe e do bebê. Contudo, apesar de um movimento crescente, ele ainda é incipiente. Em Goiânia, poucos médicos adotam essa vertente e os enfermeiros obstetras, que podem atuar nesse tipo de parto, são poucos. As maternidades públicas começam, por meio de políticas públicas, a adotar o modelo, mas ainda há muito a ser feito para garantir o atendimento humanizado às gestantes recebidas nessas instituições. Mas o que fica claro é que há pouco interesse de todo um sistema em mudar essa realidade.
Para esclarecer o assunto, o Jornal UFG traz uma mesa-redonda, realizada em parceria com a TV UFG, em que profissionais da área de saúde discutem os caminhos para essa mudança; e, em uma entrevista com uma mãe que, após uma cesárea indesejada, encontrou no trabalho de doula (profissional que dá apoio à mãe no momento do parto) uma nova vocação e, por último, uma reportagem que apresenta o trabalho do Hospital e Maternidade Dona Iris, em Goiânia, referência em parto humanizado na cidade, no qual a UFG participa da administração por meio da Fundação Hospital das Clínicas (Fundahc).
Outras problemáticas enfrentadas por nossa sociedade também pautam esta edição. Como a entrevista com a professora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Luma Nogueira de Andrade, travesti que superou preconceitos e a inadequação do sistema educacional brasileiro e foi a primeira a conquistar o título de doutora, e a reportagem sobre a forma como a UFG tem lidado com a falta de interesse dos jovens pelos cursos de licenciatura. Com essas e outras matérias, esperamos levar informações a todos para que juntos, possamos refletir sobre os percalços que o País precisa superar.
*Coordenadora de Imprensa da Ascom
Nesta Edição
Categorias: Editorial parto humanizado
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