Dedicação e trabalho em equipe estimulam o interesse pela Robótica
Publicação da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Goiás
ANO VII – Nº 57 – ABRIL – 2013
Dedicação e trabalho em equipe estimulam o interesse pela Robótica
Núcleo de Robótica Pequi Mecânico, formado por estudantes das áreas de Engenharia, Computação e Informática , é um exemplo de dedicação e trabalho em equipe na universidade
Texto: Michele Martins | Fotos: Reuben Lago e Arquivo
Poucas disciplinas requerem o domínio de um conhecimento multidisciplinar e o trabalho em equipe como a Robótica. Para se criar máquinas autônomas, programadas para desenvolver variadas funções com vistas à resolução de determinado problema, é preciso que haja a aplicação de conhecimentos de outros campos de estudos, como a Matemática, a Informática, e Mecânica, a Física, o Design e, inclusive, a Ética.
Ansiosos em aplicar o conhecimento das aulas teóricas na prática, estudantes do curso de Engenharia Elétrica da UFG encontraram no desenvolvimento da Robótica um estímulo a mais para manter o interesse nos estudos durante a graduação. “É preciso não só que o aluno compareça às aulas, tem de haver um estímulo a mais para termos o prazer de vir à universidade e buscar conhecimentos fora da sala de aula, por isso formamos o Núcleo de Robótica Pequi Mecânico”, declarou o presidente do Núcleo, Rauhe Abdulhamid.
Entrega da premiação do I Torneio de Robótica Embarcada, organizado pelos integrantes do Núcleo de Robótica Pequi Mecânico em 2012
Formado em 2011, o núcleo foi criado por seis estudantes do curso de Engenharia Elétrica depois de terem voltado extremamente empolgados da Competição Brasileira de Robótica, ocorrida naquele ano em São João Del Rei (MG), na qual obtiveram o sexto lugar, entre os 15 participantes. “Quando voltamos sentimos a necessidade de criar um grupo forte e reconhecido tanto pelos professores quanto pelos alunos”, informou Rauhe Abdulhamid. Desde então, com o apoio de alguns professores, os estudantes já participaram de seis competições e torneios nacionais e latino-americanos.
Com uma estrutura organizacional hierarquizada, com um presidente, diretores, e colaboradores escolhidos de acordo com as afinidades de cada estudante, o Núcleo de Robótica Pequi Mecânico é um exemplo de organização e dedicação. Em 2012, os próprios estudantes organizaram o I Torneio de Robótica Embarcada (I TREM), durante o II Congresso de Engenharia e Tecnologia da UFG. Hoje o Núcleo conta com 35 estudantes dos cursos de Engenharia Elétrica, Engenharia de Computação, Engenharia Mecânica, Ciência da Computação e um mestrando do Instituto de Informática, que se dedicam às atividades do núcleo nos intervalos das atividades fornais de seus cursos. Além desenvolverem e aprimorarem os robôs para as competições acadêmicas, eles também realizam projetos de automação em geral e de extensão.
Entre uma competição e outra, os participantes do Núcleo de Robótica também promovem visitas em escolas do ensino básico para divulgar o conhecimento por trás da Robótica. “Já visitamos duas escolas levando os nossos robôs com o objetivo de repassar para as crianças os conhecimentos em Robótica de forma a facilitar o ensino de Ciências e promover o interesse pela Engenharia, informou um dos fundadores do núcleo, o estudante Michel Lúcio da Costa.
O professor Marco Antonio Assfalk de Oliveira, da Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação (EMC), orientador dos estudantes desde o início do Núcleo de Robótica, reconheceu e elogiou o grande interesse dos estudantes. Ele explicou que o ensino da Robótica faz parte da grade curricular dos cursos de Engenharia e Ciências da Computação, representando um gancho para despertar nos alunos da graduação o interesse pela pesquisa e pela pós-graduação.
Veja vídeos do projeto no canal do Youtube
Em três anos de atividades, a atuação dos integrantes do Núcleo de Robótica Pequi Mecânico impressiona pela visão empreendedora no ambiente de estudo e de pesquisa. Oito desses estudantes já foram contemplados com bolsas de intercâmbio internacional pelo Programa Ciência sem Fronteiras e o estudante Kléber Cabral foi um dos premiados em terceiro lugar no desafio European BEST Engineering Competition (EBEC) realizado na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em Portugal.
Confiantes em dar continuidade aos trabalhos, os estudantes esperam a institucionalização do Núcleo de Robótica de forma permanente dentro da Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação. “Isso vai nos ajudar a conseguir recursos financeiros para custear nossos projetos, contratar bolsistas ou estagiários e formalizar as parcerias entre empresas e a universidade”, declarou Michel Lúcio da Costa.
// Saiba mais sobre algumas das categorias nos campeonatos de robótica
IEEE SEK
Essa categoria proporciona o desafio baseado no throw-and-hold Ball (THBall), ou seja, arremesso e bloqueio de bolas. O THBall é realizado em um campo, dividido em duas partes. São colocados até dois robôs de cada equipe, um lançador e outro bloqueador, e 12 bolas de tênis de mesa, sendo quatro azuis e as demais laranjas. A cada partida, a posição das bolas é definida por sorteio. As posições de início de todos os elementos em campo serão iguais e simétricas para cada equipe. O objetivo é manter as bolas azuis no próprio campo e arremessar as bolas laranjas para o lado adversário, sendo que o arremesso direto das bolas laranjas para fora do campo implicará em penalidade.
A zona morta, que divide a arena em duas regiões existe para evitar a colisão entre os robôs. Esta não poderá ser invadida em hipótese alguma. Caso isso ocorra, haverá a penalidades.
As disputas são organizadas como se fossem em um campeonato de Copa do Mundo, na qual as equipes são classificadas sucessivamente por etapas eliminiatórias.
IEEE Very Small-size soccer
Esse é o futebol no qual participam três robôs chamados “caixas de fósforo”, que possuem apenas sistemas de locomoção e elétricos, para a comunicação com um computador. As regras se assemelham ao do futebol humano e vence a equipe que fizer mais gols. Sobre o campo é instalada uma câmera que obtém informações sobre o posicionamento dos jogadores e da bola. Essas informações são processadas por um computador e os robôs são movimentados por comandos transmitidos por comunicação sem fio.
IEEE Open
A categoria IEEE Open proporciona o desafio de construir um robô para a realização de uma tarefa específica. O robô pode se locomover de forma autônoma, tendo capacidade de reconhecer e diferenciar os objetos. Para a competição pode ser simulada a coleta de lixo em praias. No campo os robôs devem, por exemplo, pegar latinhas de alumínio e colocar no local indicado para receber a pontuação. Caso esbarrem nos obstáculo definidos haverá punição. Vence quem obtiver maior quantidade de latas recolhidas e menos penalidades.
Protótipo de robô autônomo utilizando estratégias evolutivas, do graduando Lucas da Silva Assis
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