IPTSP desenvolve teste rápido que detecta hanseníase
Publicação da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Goiás
ANO VII – Nº 58 – MAIO – 2013
IPTSP desenvolve teste rápido que detecta hanseníase
Texto: Júlia Mariano Foto: Paula Vaz Cardoso
A hanseníase é uma doença que se manifesta por lesões de pele e dos nervos periféricos, causada por uma bactéria denominada Mycobacterium leprae, também conhecida por bacilo de Hansen. Depois da Índia, o Brasil é o país que tem a maior incidência da doença no mundo, registrando cerca de 30 mil novos casos por ano. Apesar de existir tratamento e cura, a doença pode deixar sequelas físicas irreversíveis se não for diagnosticada e tratada precocemente.
A coordenadora do Laboratório de Pesquisa de Imunologia da Aids e da Hanseníase do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) da UFG, professora Mariane Martins de Araújo Stefani, afirma que apesar de ser uma das doenças infecciosas mais antigas da humanidade, a hanseníase ainda não dispõe de teste laboratorial para o seu diagnóstico que, atualmente, baseia-se na observação de sinais e sintomas clínicos da doença, dificultando o diagnóstico diferencial entre a hanseníase e outras doenças de pele.
Os pesquisadores do IPTSP estabeleceram parcerias internacionais, entre elas, com o Infectious Disease Institute, em Seattle, Estados Unidos, para desenvolverem testes laboratoriais de diagnóstico da hanseníase. O grupo de pesquisadores coordenado pela professora Mariane Stefani também faz parte do Consórcio Internacional de Pesquisa IDEAL (Initiative for Diagnostic and Epidemiological Assays for Leprosy) composto por 20 pesquisadores dos Estados Unidos, Holanda, Reino Unido, Coreia do Sul e China, além de pesquisadores onde a hanseníase é endêmica, como Índia, Etiópia, Bangladesh, Nepal e Brasil.
Professora Mariane Stefani (IPTSP), Marco Collovati e Ronaldo Dias (empresa Orangelife), pesquisadora Samira Buher Sekula (IPTSP) e o doutorando Rodrigo Scaliante, em apresentação do teste rápido no IPTSP
O grupo de pesquisadores da UFG foi pioneiro na avaliação de novos antígenos para o diagnóstico laboratorial da doença. Em parceria com o IDI-EUA e com a empresa Orangelife desenvolveram um novo teste para o diagnóstico laboratorial da hanseníase. Trata-se de um teste rápido que pode ser feito em pontos de atendimento e cuja leitura usa um pequeno aparelho acoplado a um celular smartphone, gerando dados numéricos em 15 minutos e facilitando a identificação precisa do resultado.
O objetivo do teste laboratorial é identificar pacientes que apresentem uma alta carga bacteriana, considerados os principais disseminadores da doença e os mais suscetíveis a agravantes. O uso desse teste pelos programas de controle da hanseníase em países endêmicos poderá contribuir para o diagnóstico precoce, tratamentos adequados e para a eliminação da doença. O teste já foi registrado na Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, se aprovado pelo Ministério da Saúde, poderá ser utilizado em todo o país.
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