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Universidade Federal de Goiás

Nós & Nós proporciona experiências de arte relacional

Em 17/04/13 16:08. Atualizada em 24/11/14 14:13.

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Publicação da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Goiás 
ANO VII – Nº 57 – ABRIL – 2013

Nós & Nós proporciona experiências de arte relacional

Galeria da FAV inova ao realizar exposição  interativa e recebe público recorde

Texto: Júlia Mariano e Luiza Mylena | Fotos: Carlos Siqueira e Alice Fátima Martins

 


Entre os dias 19 de fevereiro e 5 de março a Galeria da FAV recebeu um público recorde  para visitar a exposição Nós & Nós.  Organizada pelos professores da FAV Alice Fátima Martins, Cleomar Rocha e Quéfren Crillanovick, a exposição teve como inspiração a arte relacional, buscando proporcionar experiências de interação.

 Creche UFG divertindo-se na exposição Nós & Nós

Crianças da Creche UFG divertindo-se na exposição Nós & Nós

Ao entrarem na Galeria da FAV, os visitantes encontraram uma grande quantidade de fios de diversas naturezas, como cordões, cordas, fitas cassete, retalhos de tecidos emendados, plásticos, entre outros materiais. Com uma proposta interativa e já declarando de antemão que a obra só estaria pronta no dia da desmontagem, a exposição buscava a sua construção por meio das inúmeras mãos que trabalhariam nela.


Os visitantes da Galeria da FAV normalmente são frequentadores do Câmpus Samambaia, mas essa exposição acolheu um público diverso. No dia 28 de fevereiro, três turmas escolares interagiram com a exposição. No período da manhã, quem esteve na galeria foi um grupo inusitado: os visitantes tinham entre um e três anos de idade e são educandos da Creche da UFG. Eles mostraram que sabem fazer arte - e das mais divertidas! A explicação deles para o emaranhado de fios que ocupavam toda a galeria, era que uma enorme aranha veio do céu e fez sua teia ali.


À tarde, foi a vez de um grupo de 100 estudantes do 9º ano do Colégio Estadual Antônio Oliveira da Silva participar da exposição. Eles vieram de longe, saíram do Parque Amazonas, região sudoeste de Goiânia, e foram conhecer um pouco mais sobre a arte contemporânea. No mesmo dia, a turma de Educação para Jovens e Adultos (EJA) da Escola Municipal Brice Francisco Cordeiro, localizada no Itatiaia, fez a Galeria abrir à noite exclusivamente para atender o grupo de 30 estudantes. Como todos os visitantes, a princípio tímidos, logo se sentiram à vontade e foram acrescentando mais fios e fitas à obra que já havia passado por grandes transformações ao longo do dia.


Rejane Ribeiro, servidora da Galeria da FAV há quatro anos, garante que essa foi a exposição em que houve maior interatividade. “Mesmo tendo uma curta duração, a participação foi maior do que algumas exposições que ficaram na galeria por 45 dias”. Enquanto os visitantes se divertiam em meio ao emaranhado de fios, ela falava como é enriquecedor trazer um público que não é da universidade para a exposição. A partir dessa experiência, Rejane refletiu sobre a oportunidade de realizar ações pedagógicas na Galeria.


Quéfren Crillanovick, coordenador do curso de Design de Moda, acreditava que as pessoas teriam ações contidas e domesticadas, mas acabou presenciando participações ousadas e percebeu que as pessoas estavam com vontade de experimentar e se soltar. “Um garoto me perguntou: ‘posso me pendurar?’ aquele também era o meu desejo, mas infelizmente tive que me conter e responder-lhe que não, pois ele poderia se machucar”, relatou o professor.


O que mais impressionou a professora Alice Fátima Martins foi a diversidade do público visitante. A exposição recebeu, inclusive, portadores de necessidades especiais. “O envolvimento se deu independentemente das diferenças”, comemora a professora. Alice explica que, inicialmente, as pessoas estranhavam a exposição. “O que é isso? perguntavam,  mas quando entendiam que podiam fazer o que quisessem, elas entravam na experiência, relacionavam-se com a exposição, e não queriam mais ir embora”, conta a professora.


Na exposição foram disponibilizados objetos, como bancos, cestos, escadas e um puff, pressupondo que eles seriam utilizados como objetos para propiciar contemplação da exposição, ou que seriam utilizados de acordo com as suas funções usuais. Entretanto, eles tiveram seus usos transformados de forma radical, sendo incorporados, amarrados, dependurados, passando a fazer parte da obra. Sem conhecer o conceito de arte contemporânea, muitos participantes fizeram o que propõe esse conceito: tiraram os objetos de seus usos ordinários e atribuíram a eles outras funções.


O professor Cleomar Rocha afirma que o público extrapolou os limites formais da exposição, saindo de uma gestualidade que se pensava minimizada, de gestos contidos de tramar, passando à  transformação da obra em um organismo. “O que ocorreu nessa exposição foi uma interação coletiva, sem traços ou gestos individuais, mas um organismo amplo, coletivo”, explica.


E foi justamente sobre contatos, experiências e relações que tratou a exposição Nós & Nós. O público interagiu com a obra: saiu do local de conforto do espectador e colocou a mão na obra, nos fios, produzindo arte na universidade e com ela.

 Exposição Nós & Nós

Fonte: Ascom UFG

Categorias: arte exposição interação

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