Artigo: Formação em Música na modalidade a distância
Publicação da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Goiás
ANO VII – Nº 63 – OUTUBRO – 2013
Formação em Música na modalidade a distância
Texto: Helena de Souza Nunes* | Foto: Divulgação
Na virada do milênio, sob responsabilidade do Ministério da Ciência e Tecnologia, o Brasil definiu sua posição e seus rumos, como oficialmente ingressado na impactante Sociedade da Informação. Em decorrência das decisões então tomadas, foi publicado, em 2013, o Edital SEIF/MEC 01, criando uma rede nacional para formação de professores da Educação Básica. Como método de ensino, a iniciativa previa o desenvolvimento de materiais didáticos multimídia e cursos mediados pela internet. Surgiu assim, em escala nacional, o ensino de Música na modalidade a distância mediado por tecnologias da informação e comunicação.
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGS), pioneira, manteve-se nessa posição também por propor o primeiro curso de licenciatura em Música EaD (Resolução CD/FNDE 035/2005). Com a criação da Universidade Aberta do Brasil (UAB), (Decreto 5800/2006), a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a Universidade de Brasília (UnB) também passaram a oferecer tal curso, que segundo o Portal do MEC, hoje totalizam seis no Brasil. Para 2014, com o apoio da Capes e integrados ao Sistema Universidade Aberta do Brasil, estão sendo planejados novos polos de apoio presencial para o curso de licenciatura em Música, distribuídos por todo o país, com vagas oferecidas à demanda social. Afinal, ensinar e fazer Música EaD também inclui polos presenciais, funcionando com o apoio de tutores músicos sob orientação de professores.
Ao lado das atividades presenciais nos polos, como prática musical de conjunto, na modalidade a distância, são utilizadas as mesmas ferramentas empregadas em outras áreas do conhecimento. Basicamente, os conteúdos de interesse são oferecidos por intermédio de uma plataforma virtual de aprendizagem, explorando suas funcionalidades. O importante é evitar a mera transferência de práticas presenciais para contextos de tecnologias mais sofisticadas. Devido à performance, naturalmente, alguns aspectos na música exigem particular atenção. Primeiramente, a veiculação de arquivos de áudio e de vídeo é relativamente maior; segundo, impõe-se a realização de webconferências mais frequentes; e, por fim, há necessidades do uso de softwares interativos para aprendizagem de solfejo, percepção musical e prática instrumental, muitos dos quais ainda em fase de desenvolvimento.
Tradicionalmente, o ensino de Música tem caráter presencial e individual. Conceber uma dinâmica de ensino a distância significa quebrar paradigmas, desestabilizando convicções e ganhando nova dimensão. Por trás da relativização de tempo e espaço, está a busca de tornar o ensino musical mais amplo, versátil e, principalmente, democrático. Isso exige renovação não só de materiais e métodos, mas de fluxos de trabalho e avaliação. Entre as modificações necessárias mais profundas estão provavelmente a atitude de generosidade intelectual em relação à capacidade de trabalho em grupo e o compartilhamento de ideias. Assim, autorias abertas e colaborativas, acesso à informação e soluções efetivas e compartilhadas para problemas reais são facilitados, possivelmente muito mais transparentes na educação a distância do que na presencial.
* Professora do Departamento de Música do Instituto de Artes da UFRGS
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