Empreendedorismo cultural contribui na manutenção histórica da Cidade de Goiás
Empreendedorismo cultural contribui na manutenção histórica da Cidade de Goiás
Pesquisa financiada pelo Ministério da Cultura e CNPq avalia contribuição de trabalhadores da arte e cultura do município na dinâmica econômica do Estado
Texto: Serena Veloso | Fotografias: Diculgação
Primeira capital do Estado de Goiás, a antiga Vila Boa, hoje denominada Cidade de Goiás, guarda imensa riqueza histórica e cultural em cada uma de suas ruas, becos, praças e construções. Um pouco da trajetória de seus três séculos de história e do período colonial no Brasil se faz presente na cidade, desde seu traçado urbano, até o artesanato e a culinária típica. Não é por acaso que, em 2001, a cidade foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) como Patrimônio Histórico da Humanidade, título que faz jus à memória histórica, tradição cultural e beleza natural conservadas durante tantos anos.
Graças às mãos de alguns dos empreendedores da cultura que vivem na cidade, essas tradições podem se perpetuar de geração em geração. Em reconhecimento à importância desses sujeitos não só para a história do município, mas para a economia do Estado de Goiás, uma docente e quatro estudantes do curso de Administração da Regional Goiás da UFG estão desenvolvendo projeto que investiga a organização coletiva de pessoas que trabalham com arte e cultura na região.
O projeto, intitulado As práticas de organização dos empreendedores culturais: etnografando a cidade de Goiás, integra o Observatório de Economia Criativa de Goiás (OBEC-GO), sediado pelo laboratório Media Lab, da Regional Goiânia da UFG. Com financiamento do Ministério da Cultura e do CNPq, as atividades do projeto serão desenvolvidas até dezembro de 2016.
De acordo com a coordenadora da pesquisa e professora da Regional Goiás, Josiane Oliveira, a ideia é entender os modelos de organização, a gestão desses empreendedores e cotidiano de trabalho, mas, também, os mecanismos utilizados para a sobrevivência a partir dessas atividades. “O que motivou as pesquisas foi a necessidade de compreender o processo de organização coletiva dos empreendedores culturais, destacando um olhar administrativo sobre essa dinâmica, o que ainda é incipiente”, explica.
Josiane Oliveira alega que, em geral, esses trabalhadores não possuem estrutura de trabalho, mercado, nem acesso a recursos e políticas públicas que apoiem o desenvolvimento de suas atividades, por isso a importância de pesquisar a fundo os impactos econômicos que têm na economia criativa de Goiás.
Políticas públicas
Até o momento, 13 empreendedores foram entrevistados sobre a origem dos recursos de suas atividades, o modelo organizacional e a relação com suas histórias de vida. O estudo constatou que, em sua maioria, são mães e filhas que trabalham com artesanato e que, por meio de suas práticas de organização, contribuem para a reprodução cultural vilaboense, seja pela memória coletiva ou pela valorização histórica da cidade. “A pesquisa ajudará a compreender as práticas cotidianas destes empreendedores para o desenvolvimento de políticas e programas que atendam as necessidades locais e as rotinas de trabalho destas pessoas”, enfatiza Josiane Oliveira.
As informações levantadas também serão utilizadas para avaliar a dinâmica de ocupação do centro histórico da Cidade de Goiás pelas atividades de arte e cultura. Com base nisso, será construído um mapa com a localização geográfica dos empreendedores. Outra frente do projeto envolve o desenvolvimento de um banco de dados estatístico sobre os empreendedores culturais com informações quantitativas, como indicadores econômicos, disponibilizadas pelo IBGE e IPEA, e qualitativas, entre fotos, filmagens e textos produzidos pelas pesquisadoras.
Observatório de Economia Criativa
O Observatório de Economia Criativa de Goiás (OBEC-GO) faz parte de uma rede de observatórios instituída em todo o país, em 2012, pela Secretaria da Economia Criativa, atualmente sob direção da Secretaria de Políticas Culturais do Ministério da Cultura, com o objetivo de centralizar informações sobre mapeamento da dinâmica da área e agentes envolvidos no Brasil. Em Goiás, além da UFG, a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) compõe o projeto. Outras instituições de ensino superior também integram a rede no país: Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade de Brasília (UnB) e Universidade Federal Fluminense (UFF).
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Fonte: Ascom UFG
Categorias: Goiás Empreendedorismocutlrual Empreendedorismo cultural Extensão