Laboratório da UFG é pioneiro na produção de anticorpos
Laboratório da UFG é pioneiro na produção de anticorpos
Centro de Produção de Anticorpos também realiza projetos que geram avanços para Goiás em pesquisas científicas
Texto: Anna Carolina Mendes | Fotos: Carlos Siqueira
Atuando desde 2006, o Centro de Produção de Anticorpos do Centro-Oeste (Cepraco) é pioneiro na produção de anticorpos em Goiás. Com o projeto aprovado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o Cepraco é responsável por produzir e expandir hibridomas, células que dão origem a anticorpos. Para a produção, os pesquisadores do Cepraco utilizam as células dos camundongos. Apesar de localizado em um pequeno espaço próximo à Faculdade de Farmácia da UFG, o centro possui estrutura com tecnologia de ponta, contando com estufa para trabalho com cultivo celular, microscópio invertido, cromatógrafo, sala de imunoquímica e leitor de elisa, para os testes com anticorpos.
Cepraco possui estrutura com tecnologia de ponta
Biotecnologia
Segundo a coordenadora do Centro, Lucimeire Antonelli, na época em que o Cepraco foi implantado, a biotecnologia não tinha um desenvolvimento satisfatório no Estado: “Existia dificuldade por parte de nossos pares em entenderem a importância da Universidade se afirmar como polo produtor biotecnológico no Estado”, explica. Para ela, o Centro de Produção de Anticorpos surgiu em um contexto de emergência da área. A coordenadora enxerga no aparato biotecnológico um meio inovador para o progresso da pesquisa que, por sua vez, pode vir a gerar patentes.
“Nunca vislumbrei a produção biotecnológica e a pesquisa como algo separado e incongruente, ao contrário, são complementares e uma pode fomentar e fortalecer a outra”, afirma Lucimeire Antonelli. Com a implantação do curso de Biotecnologia na UFG, esta área passou a se desenvolver com mais força dentro da Universidade, com o Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) avançando no âmbito de pesquisas. A coordenadora acredita que o Cepraco tem potencial de atuação tanto no desenvolvimento de produtos e insumos biotecnológicos, dentro de sua área de atuação, quanto na pesquisa básica e aplicada.
Células de camundongos são utilizadas para produção de anticorpos
Projetos
Os pesquisadores do Cepraco estão envolvidos em diversos projetos de pesquisa de mestrado, doutorado e em colaboração com professores do IPTSP e das faculdades de Farmácia e Química. Uma das pesquisas que mais chamam a atenção, devido ao seu valor científico, é o estudo da imunopatogênese da dengue, que busca entender o que acontece no organismo do indivíduo com dengue que o faz desenvolver a forma mais grave da doença.
Segundo a estudante de doutorado do Programa de Medicina Tropical e integrante da pesquisa, Isabela Junqueira, o estudo tem como objetivo entender por que o indivíduo desenvolve a forma mais grave da doença, focando na resposta do indivíduo ao vírus, e não na questão viral em si. “Seria interessante detectarmos marcadores de que o paciente irá desenvolver a forma grave da doença antes que isto ocorra”, observa a estudante.
Outro importante projeto realizado no Cepraco busca alternativas para o tratamento de pacientes com tumor. Os tratamentos contra o câncer, em geral, são nocivos ao organismo. A intenção deste projeto é estimular o sistema imune para que ele regrida a massa tumoral, explica Layanny Kelly, uma das pesquisadoras do projeto. Para tanto, os pesquisadores utilizam adjuvantes, que são potencializadores da resposta imunológica, para fortalecer o sistema imune e combater o tumor.
Reconhecimento de projetos em premiações científicas
Na esteira para conseguir mais visibilidade para seus projetos, o Cepraco foi premiado em 2010 com o projeto de adjuvantes na resolução do tumor na categoria Saúde pelo Banco Santander, na premiação de Ciência e Inovação. Desenvolvida pela coordenadora Lucimeire Antonelli, juntamente com o aluno de iniciação científica do curso de Medicina, Daniel Magalhães, a pesquisa foi uma das três selecionadas a nível nacional.
O Cepraco ganhou, ainda, outro prêmio na categoria Biotecnologia, com o projeto de imunoterapia contra o câncer. O prêmio foi uma bolsa Ibero-americana, cujo valor em dinheiro deveria ser obrigatoriamente gasto em estágios ou cursos no exterior, por um período de pelo menos dois meses. “Utilizamos o recurso em estágio, treinamento e realização de experimentos no Center for Vaccine Research da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos”, detalha a coordenadora do Cepraco.
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Fonte: Ascom UFG
Categorias: anticorpos pesquisa Cepraco